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Recebi esta semana o e-mail de uma moça que se encontra num problema duplo. O primeiro é a sua busca frustrada por um emprego. Raquel, desde que se mudara para Curitiba, há dois anos, não obteve sucesso em sua caça, ficando todo esse tempo dependente do marido, apenas estudando e, felizmente, aprimorando suas capacidades técnicas. E a segunda é a forma que crise achou de dificultar ainda mais a vida dela, despedindo seu marido de uma posição confortável em uma multinacional.

Raquel não me contou a história dela e nem é isso que vou fazer aqui hoje. Apenas gostaria de pegar o exemplo dela para podermos refletir um pouco mais sobre o que anda acontecendo no mercado de trabalho.

Quando se começou a falar em crise, os postos que primeiro tiveram cortes foram aqueles de produção. Sem compra, os estoques começaram a crescer, tornando-se desnecessária a produção de novos produtos. Um bom exemplo disso foi o setor automobilístico.

Com o passar do tempo (e como o tempo voa durante uma crise), os cortes nas posições operacionais já não eram mais suficientes, passando a ser necessários cortes em outras áreas, como as estratégicas, por exemplo. A grande maioria das empresas optou pelo desligamento dos funcionários mais novos na casa, por se tratarem de demissões menos agressivas para o caixa da empresa. Quanto mais novos, menos encargos financeiros. Acredito que foi o que aconteceu com o marido de Raquel.

Veja como são as coisas: um jovem casal, com uma vida inteira pela frente e que, certamente, acreditava que não seria pego de surpresa pela "tal" crise. Mas a crise não perdoa ninguém. E mesmo aqueles que achavam estar numa posição privilegiada, correm o risco de serem atingidos. Foi o que aconteceu com esse jovem casal.

Mas o que fazer numa situação assim? Raquel está há dois anos buscando uma colocação, ou seja, sua procura se iniciou muito antes da crise mostrar sua cara e, mesmo assim, ela não obteve sucesso algum. E seu marido, por sua vez, mesmo obtendo êxito quando chegaram à capital paranaense, teve o tapete puxado. Felizmente, estou falando de um casal com visão de futuro e que investe em capacitação técnica, o que lhes garantirá certas vantagens nos próximos meses.

O meu conselho é que os dois, agora mais do que nunca, devem arregaçar as mangas e irem em busca de uma recolocação sim. E isso vale para aqueles tantos outros que também estão passando por situação semelhante à do casal. É hora de encontrar um equilíbrio psicológico para enfrentar o momento. Concordo plenamente que a situação amedronta, porém desde que nascemos passamos por crises de diversas naturezas. O ser humano já está acostumado a encarar adversidades e superá-las com força e destreza. E vale também contar com a ajuda de conhecidos. Por isso aquela velha máxima que diz "tudo que você fizer para o mundo, uma hora ou outra retornará pra você" deve ser sempre levada em consideração. E, por isso, eu pergunto: você tem feito coisas boas para as pessoas?

E também por isso, à Raquel eu digo: se eu não puder ajudá-la diretamente com uma recolocação para ela e seu marido, sem sombra de dúvidas, lembrarei do seu nome e, se não agora, mais tarde isso poderá fazer a diferença. Seja firme, que a crise terá um fim, assim como todas as outras que você encontrou e encontrará em sua caminhada.

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