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Júlio era um executivo dinâmico que, em função de uma experiência profissional de muitos anos no exterior, tinha uma visão ampla e inovadora sobre os processos organizacionais. Essas qualidades foram decisivas para que ele fosse transferido para a filial da multinacional em que trabalhava. Ali, ele deveria otimizar os resultados e, sobretudo, melhorar a qualidade de vida dos colaboradores. A oportunidade de retornar ao Brasil, a terra natal que havia deixado há muitos anos por causa dos meandros do destino, deixou-o animado.

Novamente em sua pátria, o executivo assumiu a presidência da filial com grande satisfação e entusiasmo. Já nos primeiros meses, lançou metas e modificou diversos procedimentos que considerou morosos e defasados. Essa injeção de ânimo fez com que a empresa apresentasse um crescimento significativo e com que todos os funcionários voltassem a sentir motivação.

Após um ano de gestão, em que precisou "apagar incêndios" e corrigir os rumos do negócio, o presidente já podia fazer planejamentos a longo prazo. Assim, convocou os diretores para que estes sugerissem projetos de responsabilidade social, único aspecto que faltava à organização.

Estabeleceu um prazo de seis meses para que fossem implementadas as melhores soluções. Porém, antes que o período previamente estabelecido terminasse, Júlio precisou reunir a diretoria para pedir explicações sobre os absurdos apresentados. Os diretores haviam interpretado de maneira errônea o sentido da responsabilidade social e estavam estruturando idéias sem comprometimento com os impactos causados.

Em um determinado departamento, planejava-se iniciar uma campanha para que os próprios colaboradores entregassem uma porcentagem do seu salário para a empresa. O valor arrecadado seria distribuído para algumas entidades sociais. Em outro setor, seriam cadastrados os empregados com menor salário, para que estes recebessem alguns itens da cesta básica, que seriam doados por colaboradores de maior salário. Noutro, ainda, os diretores incentivariam a arrecadação de roupas usadas para destinar a um orfanato da comunidade.

Júlio, estupefato com a falta de conhecimento dos diretores, convocou uma reunião em que explicou a diferença entre caridade e responsabilidade social, quando pôde perceber o constrangimento causado aos executivos. A explicação provocou uma mudança de perspectiva entre os diretores, que se engajaram em formatar projetos de real importância.

Após os ajustes, os diretores entenderam que a empresa tem muito a ganhar quando é socialmente responsável, pois a imagem da organização é beneficiada perante a comunidade e os próprios colaboradores. Assim, os projetos anteriores tomaram nova forma.

Os funcionários jamais precisariam doar parte de seu salário, pois a empresa resolveu destinar o valor de uma hora por semana da produção para entidades sociais. Resultado: a organização evitou fazer caridade com o dinheiro alheio. Os empregados mais humildes, em contrapartida, não receberiam alimentos, mas passaram a freqüentar cursos de aprimoramento organizados pela empresa e voltaram a estudar incentivados pela possibilidade de crescimento profissional e, conseqüentemente, aumento de salário. Resultado: a firma optou por "ensinar a pescar". Finalmente, as crianças do orfanato foram beneficiadas com a oportunidade de aprender um ofício, acompanhando a linha de produção e recebendo aulas práticas ministradas por voluntários. Resultado: a empresa tornou-se escola.

Essas iniciativas renderam um prêmio à organização que, ao mudar sua cultura, garantiu a satisfação dos empregados e o reconhecimento do público.

Muitas empresas confundem o verdadeiro significado da responsabilidade social e acabam incentivando projetos de caridade visando, apenas, à melhoria de sua imagem. Porém, as iniciativas que realmente contribuem para a criação de uma imagem positiva são aquelas que realizam mudanças significativas na qualidade de vida dos funcionários e/ou da comunidade. As empresas precisam, primeiro, iniciar movimentos internos, que beneficiem o crescimento de suas equipes nos âmbitos profissional, financeiro e intelectual. Depois, devem se voltar às ações externas, que influenciam as relações com a sociedade. Hoje, não basta alardear feitos caridosos; é preciso demonstrar verdadeiro interesse em colaborar com uma causa, incentivar melhorias profundas no ambiente de trabalho e prestar retribuições ao público interno e externo.

Incentivo à sustentabilidade

A Petrobras abriu este mês as inscrições para o Programa Petrobras Ambiental, que visa patrocinar projetos ambientais voltados à sustentabilidade. O tema do programa esse ano é "Água e clima: contribuições para o desenvolvimento sustentável", focando nos seguintes sub-temas: a promoção e a conscientização sobre o uso racional dos recursos hídricos; a manutenção e a recuperação das paisagens visando o equilíbrio do ciclo hidrológico; e a promoção da gestão ambiental voltada para a preservação das espécies ameaçadas e a conservação dos ambientes marinhos ameaçados.

A quantia a ser disponibilizado no período de 2008 a 2012 soma R$500 milhões. Esse dinheiro será destinado a ações estratégicas, que incluem patrocínios e fortalecimento de organizações ambientais, tanto ONGs (Organizações não governamentais) quanto Oscips (Organização da sociedade civil de interesse público e social), em todo o Brasil.

Mais informações podem ser consultadas no site: www.petrobras.com.br

SERVIÇO

Esta coluna é publicada todos os domingos. As histórias contadas são baseadas em fatos reais. O autor, no entanto, reserva-se o direito de acrescentar a elas elementos ficcionais com o intuito de enriquecê-las.

As notas sobre empresas e ONGs são publicadas gratuitamente. Este espaço está destinado a todas as organizações que queiram divulgar suas ações na gestão de pessoas e projetos na área social. Produção e contato: BEKUP Comunicação: e-mail: silvia@bekup.com.br. Currículos: cv@debernt.com.br

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