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Joel foi educado para assumir posições relevantes no mercado de trabalho. Filho de um grande empresário, ele estudou em ótimas escolas e teve acesso às informações necessárias para que, quando chegasse o momento, ele assumisse seu lugar em uma grande empresa.

Formou-se advogado, cursou MBA em gestão, aprendeu línguas e morou no exterior. Tudo conforme o desejado por seus pais, que se orgulhavam por ter criado um filho tão dedicado e promissor.

Aos 31 anos, Joel assumiu a supervisão de um departamento em um banco internacional, em Londres. Ele ganhava um salário alto para a sua idade e mantinha uma vida luxuosa e fascinante. Todas as semanas jantava com pessoas influentes e freqüentava a alta roda da sociedade londrina.

No escritório era estimado por seus chefes, pois sabia onde queria chegar, tinha foco nos resultados e jamais se distanciava dos seus objetivos. Era um jovem determinado e até mesmo um pouco frio, pois não se apegava a nada além do poder. Ele, com uma precisão cirúrgica, havia traçado seu próprio futuro profissional: quando iria ser promovido, quanto tempo ficaria em determinada função, quando investiria seu primeiro milhão e, finalmente, quando se aposentaria. Tudo estava claro em sua mente.

Essa seriedade e previsibilidade faziam dele um profissional confiável, que não se perderia ao longo do caminho por pequenos problemas familiares, ou outras questões pessoais. Por isso, Joel era visto como um possível diretor, pois tinha assimilado, perfeitamente, o perfil do banco.

Mas, aos poucos, a certeza começou a desaparecer e seus objetivos ficaram nublados. Joel, quando completou 35 anos, percebeu que já não estava tão certo de seu futuro. Ele percebeu, de um dia para o outro, que não tinha mais pátria, não mantinha contato com a família e não poderia chamar ninguém de amigo, pois não os tinha adquirido. Suas conquistas se resumiam à polpuda conta bancária e aos méritos profissionais.

Estava estressado e desnorteado e chegou à conclusão que precisaria refletir sobre sua carreira e vida pessoal. Pediu, então, uma licença do trabalho, algo que nunca havia feito. Voltou ao Brasil e buscou apoio nos familiares, mas não encontrou, pois seus pais o viam como um alto executivo, alguém determinado e sem tempo para bobagens pessoais. Eles logo o incentivaram a voltar para a Inglaterra e a continuar com sua vida atual. Mas, desta vez, ele não os ouviu.

Olhou para o seu interior e percebeu que não estava feliz e que, portanto, não voltaria a ser o profissional de antes. Pediu demissão de seu cargo e mudou-se para uma cidade do interior do estado onde viviam seus pais. Ele queria estar mais perto da natureza, das coisas simples da vida, pela primeira vez.

E, assim que chegou ao seu novo lar, teve uma inspiração. Decidiu que iria escrever sobre suas experiências profissionais e ensinaria aos outros um pouco do que havia aprendido. Talvez, pensou, se eu conseguir transmitir o que sei para outros profissionais, poderei impedir que eles cometam os mesmos erros que eu cometi. Dessa forma, ele estaria facilitando para os demais, além de sentir-se mais livre.

Fez alguns contatos com algumas editoras de livros e não demorou a achar alguma que tivesse interesse em sua história, afinal, ele era um executivo bem sucedido e que, certamente, teria muito a transmitir.

Hoje, Joel continua vivendo na cidade do interior. Está em seu terceiro livro, que mistura conhecimentos de gestão e pensamentos motivacionais. Ganha um terço do que costumava receber no banco, mas sente-se vivo e feliz.

A verdadeira vocação é muitas vezes, confundida com poder e dinheiro. No entanto, a carreira ideal, nem sempre, traz ambos os benefícios. Isso não significa que devemos abrir mão de nossos sonhos, pois, a longo prazo, a riqueza e a fama não nos completam interiormente, pelo contrário: sozinhas, estas conquistas nos devoram até os ossos, restando apenas, ideais partidos.

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Saiba maisVoluntariado Corporativo

A Associação Viva e Deixe Viver realiza o Projeto Voluntário Corporativo, que visa preparar funcionários de empresas parceiras para tornarem-se voluntários atuando como contadores de histórias junto a crianças e adolescentes em hospitais de São Paulo. Para fazer parte da equipe de voluntários os funcionários interessados passam por um processo de seleção, que visa trabalhar questões como a responsabilidade e o comprometimento dos voluntários, abordando temas como o que é o Viva, administração do tempo, o que é estar em um ambiente hospitalar, aspectos emotivos e pensamento positivo, entre outros. Ao término do processo, os candidatos tornam-se voluntários do Viva e passam a atuar em hospitais. Mais de 700 funcionários de empresas paulistas são contadores de histórias em 13 hospitais da região.

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Esta coluna é publicada todos os domingos. O espaço é destinado a empresas que queiram divulgar suas ações na gestão de pessoas e projetos na área social, bem como àquelas que queiram dividir suas experiências profissionais. A publicação é gratuita. As histórias publicadas são baseadas em fatos reais. O autor, no entanto, reserva-se o direito de acrescentar a elas elementos ficcionais com o intuito de enriquecê-las. Currículos para www.debernt.com.br. Contato: Bekup Comunicação, fone (41)3352-0110.

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