• Carregando...

carlosnasser2@yahoo.com.br

Já é quase regra político-partidária que, como tudo na vida, político também tem prazo de validade, depois deixa de funcionar, ou sai de sintonia, de repente, quando poucos esperam. O discurso perde a credibilidade e você sente que o poder deve ser renovado pela chamada fadiga do material que chegou à exaustão.

É assim há muitos anos, no mundo inteiro. Foi com Margareth Thatcher (Inglaterra), Felipe González (Espanha), Mário Soares (Portugal). Todos que citei estavam fazendo um bom governo, sério e competente, mas foram colocados para fora pelos ventos da renovação. Esta semana, Pelé disse a Schumacher que fazia bem em sair no auge da carreira pois seria lembrado como campeão. Mas são raríssimos os que pensam assim. Vão ficando, vão ficando... até perderem o tempo exato de ir embora, correm o risco de acabar como os perdedores derrotados e sem volta. Aqui no Paraná, sopram ventos de renovação. Quem acreditava que o governador Roberto Requião ganharia fácil no primeiro turno se equivocou, ou melhor, errou feio. Sinceramente, acho que seu estilo cansou, inclusive o tom de voz, aquela postura afirmativa de se achar sempre dono da verdade, o homem sem defeitos que veio para salvar o mundo e julgar quem lhe contrariasse. Quando estudava latim, aprendi que era Catão que exercia esse papel, até que também se esgotou Não desejo fazer uma afirmação como se fosse um instituto de pesquisas, prevendo a derrota do candidato. Longe de mim tal pretensão. Apenas constato que seu rótulo está vencido. Se assim não fosse, não chegaria ao último dia de campanha, com uma formidável máquina eleitoral, empatado com seu opositor, o senador Osmar Dias, que fez apenas seis meses de campanha com um pequeno partido.

Quanto à disputa presidencial, creio que resumi no artigo anterior que o Brasil virou um fantástico Programa Bolsa-Família, uma forma de assistencialismo que atinge 28 milhões de pessoas.

Todos os argumentos contrários ao governo são rejeitados pelos beneficiados. Gastamos 8 bilhões com o Bolsa-Família e 150 bilhões de reais com os juros mais altos do mundo. Dez por cento desta quantia triplicariam os atendidos, ou se resolveria boa parte dos problemas da saúde pública. Só Geraldo Alckmim falou todo tempo em desenvolvimento, a cura de nossos males e problemas crônicos. Lula colocou rico contra pobres e o Norte e Nordeste contra o Sul e Sudeste. Usou uma linguagem que o povão entendia e estava respaldado nas bolsas que distribuía. Somos um país despolitizado e sem partidos. País continental onde os meios de comunicação não penetram, assim a tendência é a simplificação. "O Lula está conosco, era pobre como nós e fez um bom governo", este raciocínio não é correto. O Brasil teve um crescimento médio no governo Lula de apenas 2,7% ao ano enquanto a média mundial foi de 4,8%. As contas são do IBGE e do FMI. Só ganhamos do Haiti (em guerra), e perdemos para o Paraguai. Quanto à arrecadação para os cofres públicos, o Sul e Sudeste contribuem com 81% e têm 57% da população e o Nordeste, com quase 28% da população, contribui só com 5,6% da receita do país. Em suma, nós pagamos o famoso Bolsa-Família, as ambulâncias superfaturadas e inclusive aqueles misteriosos R$ 1.700.000,00.

Então conclui-se que novamente o discurso se afasta da realidade e vai preponderar frases feitas que atingem o inconsciente coletivo, misturando o desejo com a realidade.

Considero o candidato Geraldo Alckmin mais preparado para governar, com mais noção de ética, com uma posição de honestidade inatacável. Governou São Paulo impecavelmente, um estado maior que a Argentina. Vou encerrar pedindo um momento de meditação, ao eleitor de hoje sobrou a frase do poeta inglês T.S.Eliot: "Entre o pensamento e a ação, entre o desejo e a realidade cai a sombra". O voto é sua vida.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]