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Frase pronunciada pelo estrategista de Bill Clinton, James Carville, no comitê do Partido Democrata, entrou para a história das eleições mundiais que mudaram o rumo das campanhas políticas tecnicamente perdidas. George Bush (pai), então presidente, tinha 63% de aprovação contra o desconhecido senador Clinton, que fazia campanha de ônibus por não ter recursos e comia hamburguer e cachorro-quente enquanto percorria os Estados Unidos. Ao assistir o discurso de lançamento apoteótico de Bush, Carville notou que não havia referências à economia, achou estranho pois sempre os presidentes citam seus feitos na área e com novas promessas. Mandou um dos assessores verificar quantos presidentes não falavam em economia no discurso de lançamento. Nenhum, respondeu o assessor. Enquanto discutiam a guerra do Iraque, Carville deu um grito "é a economia, imbecil!", e escreveu no quadro o que seria a chave estratégica da campanha. A partir dali, Clinton percorreu os Estados Unidos mostrando os erros da administração Bush que afundava o país na recessão e desemprego, enquanto o Japão nadava em ouro vendendo carros para os americanos. Clinton levantou os trabalhadores de Detroit (fábrica de carros) quando convocou os americanos a comprarem veículos próprios em vez de darem emprego e dinheiro aos asiáticos. A noite andava nas ruas para debelar a insônia e conversava com o povo enquanto comia cachorro-quente. Descobriu que no fundo não se importavam com a guerra e sim com os salários baixos que recebiam. Agora, 14 anos depois (por isso é bom ler), descubro por pesquisas que a população mais pobre está pouco se incomodando com os escândalos, mensalão, compra de partidos, transgressões da lei, enfim com os crimes e a falta de ética, que cometeram nestes últimos anos membros do governo petista. A concepção é simples: todos roubam, mas o Lula garantiu minha bolsa-família e com ela vem minha comida. Quando houve um acordo entre os deputados que eram acusados de receberem dinheiro público para votar com o governo, o povão, despolitizado, misturou o baralho. Confundiu partidos e pessoas e optou pelo "Pai dos Pobres" e Luiz Inácio Lula da Silva, descolou-se do PT e dos crimes que cometeram. Há 11 meses que faço, leio, e estudo pesquisas sérias, qualitativas do Brasil todo. O programa de Geraldo Alckmin é sério, estruturado e coerente. Ele, Geraldo, é um homem público decente, trabalhador, competente, mas vai perder para o Bolsa-Família, que hoje atinge 28 milhões de brasileiros. Pagamos 150 bilhões de juros para os banqueiros e especuladores, 10% deste dinheiro dá para triplicar o Bolsa-Família, então a conclusão que chego é que o Lula beneficia os banqueiros muito mais que os carentes que recebem um assistencialismo governamental até justo e coerente com as riquezas do país. Pessoalmente, acredito em desenvolvimento para levantar este gigante chamado Brasil, beneficiado pela natureza e mal administrado pelos dirigentes e elite nacional. Mas isto é outra conversa. O que importa é que mesmo falando mal, mesmo sem projetos, mesmo sem partido, mesmo sem os amigos delituosos, o Lula não cai e vai em frente com o Bolsa-Família, que foi criado no go-verno do PSDB, ou melhor, FHC. Cresceu aumentou, vai virar chavismo, peronismo, assistencialismo, não importa, o que importa é a vitória por mais quatro anos, disso que está aí, e lemos todos os dias nos jornais e vemos na televisão. É a realidade nua e crua, com a qual não concordo, mas só um milagre nos salvará desta situação nos próximos 7 dias. Está explicado, esqueçam os cientistas políticos das universidades que dão aulas na televisão sem nunca terem participado de uma campanha política.

Certo estava James Carville e Bill Clinton quando enxergaram o que o povo queria.

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