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Financês

A caneta especial

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Quando eu e minha esposa fechamos a compra do nosso primeiro apartamento, peguei uma caneta especial para assinar o contrato. Não era nenhuma Mont Blanc (claro, se eu tivesse dinheiro para uma Mont Blanc teria comprado o apê antes), mas era bonitona e ficava sempre guardada. Na hora das assinaturas, tirei ela do bolso como quem pegava uma joia. Mas talvez ela não fosse nada demais, e o representante da construtora disse que também tinha "uma ou duas" daquelas.Vou te dizer: me senti um pateta – mas isso não fazia muita diferença, porque eu estava comprando a tal casa própria. Estava feliz.

Conto a história porque me identifiquei com muitas das pessoas que escreveram para a coluna na semana passada, depois das notas que publiquei sobre casa própria e sobre o programa Minha Casa, Minha Vida. Confesso que fiquei surpreso com a quantidade de respostas dos leitores. E constatei que as pessoas estão ávidas por informação, percebem que podem ter condições de adquirir um imóvel, mas não sabem muito bem por onde começar, nem em quem confiar. E sentem urgência. Em certos casos, porque estão para se casar. Em outros, porque creem estar gastando demais com aluguel. E alguns acham que podem perder um grande negócio se não comprarem logo.

Por isso queria dar algumas sugestões – pontos de partida, para que fique mais fácil transformar o sonho em casa de verdade:

• Saiba começar: você tem dinheiro para dar de entrada? Tem saldo no FGTS? Tenha esses números na mão antes de sentar numa mesa de negociação;

• Conheça bem as suas despesas: para assumir as parcelas, talvez seja necessário cortar algum gasto. Se você tiver um orçamento doméstico fica mais fácil saber onde mexer;

• Escolha uma região: lembre-se que a vida fica mais fácil (e mais barata) quando você consegue organizar seus deslocamentos. Leve em conta isso quando for ver os imóveis;

• Não se sinta pressionado: pense em todos detalhes antes de fechar o contrato. Comprar mal pode ser pior do que não comprar;

• Não esqueça da documentação: registrar a compra pode custar caro, como lembrou a leitora Jaqueline. Verifique antes os valores, para que isso não o impeça de concretizar a transação.

É impressionante como as coisas mudam. Há menos de dois anos, conversei com a responsável pela área de vendas de uma construtora, que falou estar assustada com o sumiço dos clientes. Naquele tempo, havia boataria no mercado sobre a situação financeira de algumas empresas. A reviravolta veio com a resposta do governo, que não deixou secar o crédito.

Em tempo: algumas das cartas de leitores sobre a compra de imóveis ainda não foram respondidas. Se você escreveu, espere mais um pouco que a resposta vai chegar.

Serviços

Os mercados podem ser complicados, às vezes. Há muitos prestadores de serviços e é difícil saber em quem confiar. Infelizmente, entretanto, não parece razoável que um colunista de jornal indique uma corretora de valores ou um agente financeiro para um financiamento de imóvel. Não fica bem. A idéia deste espaço é apresentar boas informações para que os leitores possam decidir sozinhos o que é melhor para eles próprios e para seu rico dinheirinho.

Não sou consultor nem posso ajudar a montar sua carteira de investimentos. Há excelentes profissionais dessa área por aí – a minha área é outra, sou jornalista. Então vamos combinar assim: não vou dizer qual imobiliária procurar nem qual banco é "melhor". Essa escolha, caro leitor, deve ser só sua.

Ao vivo

Quem for à Expo Money, a feira de finanças pessoais que ocorre amanhã e depois no Expo Unimed Curitiba, pode dar uma passadinha no estande da Gazeta do Povo. O colunista e a equipe da editoria de Economia do jornal estarão por lá, cobrindo o evento e enviando informações para o Twitter e o blog próprio.

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