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Desordem. Bagunça. Você não consegue encontrar nada e nem tem ideia de como algumas coisas foram parar ali. Se parece ruim como a descrição de uma mesa de trabalho, imagine tudo isso aplicado à sua vida financeira.

A desordem financeira é um dos maiores problemas da população brasileira hoje em dia. Para explicar isso, é bom dar uma olhada em alguns números. Os dados são do IBGE, da última Pesquisa de Orça­mentos Familiares, e foram di­­vul­­gados no ano passado: o rendimento médio das famílias brasileiras é (ou era, porque os dados se referem a 2009) de R$ 2.641,63. E o valor médio das despesas é de R$ 2.626,31. Ou seja: a diferença entre fechar o mês no vermelho ou no azul pode ser de meros R$ 15,32. Isso equivale a 0,9% da renda mensal. Ou, para comparar a uma mercadoria de uso cotidiano, ao custo de seis litros de gasolina.

É claro que isso é uma média. Certamente existem famílias com uma folga maior nas contas e muitas que estão gastando mais do que recebem. O fato, entretanto, é que a margem pode ser muito pequena.

Nessa situação, qualquer descontrole traz em si um risco: precisar tomar dinheiro em­­prestado. Os juros praticados pelo setor financeiro (e também pelo comércio, diga-se de passagem) fazem qualquer conta aumentar muito rapidamente. Quem usa o limite do cheque especial, por exemplo, paga 8,25% ao mês, em média. Uma taxa 13 vezes maior do que aquela paga pela caderneta de poupança.

"Os bancos se utilizam da incapacidade das pessoas em lidar com o dinheiro", resume Maurício Pedrosa, sócio da Queluz Asset Management, empresa carioca de gestão de recursos que tem escritório em Curitiba. É verdade. Não fosse assim, o consumidor já teria há muito tempo deixado de aceitar as taxas cobradas por eles e também pelas financeiras que trabalham em conjunto com as redes de varejo. Se um porcentual maior de consumidores pagasse suas compras à vista, os juros das compras a prazo cairiam. Mas as vendas continuam em alta – por que então mexer no que está dando certo?

Há pessoas que têm mais dinheiro do que juízo, mas elas são exceção. Se o leitor não está entre elas, saiba que comprar primeiro e fazer as contas depois é um comportamento autodestrutivo.

Mais Bovespa Mais

A Desenvix, empresa que atua no segmento de energias renováveis (pequenas centrais hidrelétricas, geração eólica e por biomassa), estreou ontem na bolsa de valores por meio do Bovespa Mais. Esse segmento da BM&FBovespa foi criado para acolher empresas pequenas e médias ou então companhias que querem fazer uma entrada gradual no mercado. Para incentivar essa turma, a bolsa reduziu o grau de exigência em alguns itens – as empresas que aderirem ao Bovespa Mais não precisam cumprir a regra de ter pelo menos 25% das ações em livre negociação, por exemplo.

O Bovespa Mais foi criado em 2005, e a Desenvix foi apenas a segunda empresa a lançar papéis no segmento – a outra foi a Nutriplant, de fertilizantes, em 2008. A novidade está demorando a pegar. O que é uma pena, porque o mercado poderia muito bem aproveitar a chegada de empresas pequenas e promissoras.

A BM&FBovespa aposta no Bovespa mais como o meio preferencial de atingir a meta que propõe para o mercado nacional: agregar pelo menos 200 novas empresas até 2015. "Para decolar, esse mercado precisa de um grande case de sucesso", diz Luiz Felipe Alves, da Cypress, empresa especializada em fusões, aquisições e em preparação para abertura de capital.

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