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Ó vinde, fiéis, triunfantes e alegres; sim, vinde a Belém já movidos de amor...

Adeste Fideles (ou "Ó vinde, fiéis") é minha música preferida de Natal. Não sei se o leitor a conhece, mas ela se refere ao nascimento de Cristo e é um convite à adoração – é o que o refrão diz: vinde, adoremos ao nosso Senhor.

Pude ouvi-la várias vezes em dias recentes. Em latim, em um concerto; em português, numa igreja; em inglês, em um filme... Gosto do latim, é a língua original da música e as palavras parecem mais bem encaixadas na melodia. Mas em português é melhor porque não se trata apenas de desfrutar as qualidades estéticas da canção, mas de expressar aquilo que passa pelo coração.

Nesta mesma página, no mês passado, publiquei uma reportagem falando sobre o "fator Papai Noel", aquela tendência que a gente tem de exagerar nas compras de Natal e sentir depois as consequências. Que incluem aquela fatura impagável no carnê da loja ou o retorno indesejado dos cheques que estouraram o limite. Naquela época, as fontes da matéria diziam que a tendência é que o consumidor compensasse nas festas deste ano o aperto do ano passado – o Natal da crise, com empresas fazendo demissões em massa em pleno dezembro, lembra? Havia até quem falasse em falta de algumas mercadorias, por excesso de procura.

Quando ouço Adeste Fideles não vejo razão para a enxurrada de consumo em que se transformou o Natal. Ouço que nasceu o rei prometido, que se tornou servo por amor. Natal, caro leitor, é isso, e para tomar posse dele não é preciso pôr a mão no bolso. O resto – o consumo, a necessidade de aparecer bonito nas fotografias, o peru recheado da ceia – é armadilha.

Um alegre e triunfante Natal para você.

Compras em janeiro

Não gosto de lugares muito cheios. Isso é um problema quando chega dezembro, porque é difícil encontrar algum lugar que não esteja lotado. Quase escapei dos shopping centers neste ano, mas na semana passada fui a um deles. Cheguei depois das 10 da noite, para uma passada rápida, porque estava procurando um objeto bem específico, e me surpreendi com o tanto de gente que perambulava pelos corredores – afinal, já era bem tarde. Enquanto procurava não esbarrar em ninguém nos corredores apinhados, duas palavras vinham à minha mente: oferta e demanda.

Com tanta gente dentro daquelas lojas (ou seja, com tanta demanda por mercadorias), a chance de encontrar uma oferta boa de verdade é pouca. O comerciante pode estipular preços mais altos, e acabará por encontrar um consumidor que os aceite. Não é assim, por exemplo, em janeiro.

Ano passado fui fazer compras lá pela segunda semana de janeiro e um vendedor falou que, na loja onde ele trabalha, eles deixaram para fazer a brincadeira de amigo secreto em meados de janeiro. As razões eram duas: em dezembro trabalha-se tanto e até tão tarde que não dava tempo de comemorar; e os preços são mais baixos nessa época.

Se ainda tiver algum presente a comprar e puder deixar para depois, faça a experiência. Dificilmente sairá perdendo.

Incerteza

Onde investir em 2010? Nas últimas semanas conversei com algumas pessoas que deram opiniões muito diferentes – sinal de que há incertezas em abundância para o futuro econômico do país. Há um grupo que antevê dias muito difíceis para as bolsas, com uma queda entre 20% e 30% em algum momento (provavelmente no primeiro semestre). Há outros que dão a crise como encerrada e não acreditam que isso possa acontecer. Há ainda a expectativa de juros em alta para o ano que vem. Ou não.

Boa parte dessa incerteza está no cenário político – um assunto que não apareceu nos debates econômicos nem sequer de modo velado. Os bancos, brasileiros ou estrangeiros, não querem ser arrastados para o cenário eleitoral. Foi o que aconteceu em 2002. Naquele ano, Lula estava despontando como favorito para a eleição presidencial, mas muitos ainda o viam como o "perigo vermelho". O banco de investimentos americano Goldman Sachs chegou a criar uma correlação matemática entre o sucesso eleitoral de Lula e o câmbio, apelidada de "Lulômetro". Mas o homem ganhou e reverteu as expectativas, deixando os críticos com cara de tacho.

Lula não concorre mais, mas os analistas ainda não sabem muito bem o que esperar de Dilma Roussef e José Serra, os prováveis protagonistas da eleição de 2010. Essas dúvidas vão deixar um pouco mais atribulado o ano que vem.

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