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Com uma alta de mais de 35% neste ano, até agora, o Ibovespa indica que as ações devem ser o grande investimento de 2016. A alta dos papéis de empresas parece ser uma consequência de uma confiança maior no crescimento econômico do Brasil, que dará às empresas melhores condições de lucratividade. Nesse momento conturbado, não dá para dissociar esse movimento da mudança de governo.

O mercado brasileiro reage de forma extrema a essas coisas. Ou ama loucamente ou rejeita totalmente – e isso se reflete em números grandes, como esse do Ibovespa. E, apesar de esse entusiasmo ser frequentemente “aparentado” do momento político, ele nem sempre é racional. Ao longo do desastradíssimo governo Sarney, por exemplo, o principal índice da bolsa subiu 442%!

O investidor de hoje precisa estar de olho em fatores que possam levar a um crescimento consistente e longevo – sustentável, para usar uma palavra da moda. Para isso é preciso pensar diferente e romper com práticas antigas. “A grande maioria das nações em desenvolvimento encontra-se hoje em crise econômica, embora não necessariamente por estar agindo de maneira errada”, escrevem Michael Fairbanks e Stace Lindsay no livro Arando o Mar. “Pode-se dizer que estão agindo de forma correta e adequada a épocas passadas.”

O livro é de 1997 e a edição brasileira é de 2000. Para os nossos contemporâneos padrões imediatistas, é velho. Mas espere um pouco: estamos tratando de economia e administração, e o nosso jeitão brasileiro baseia-se na repetição infindável de certos ciclos. Algumas repetições levam ao aperfeiçoamento, outras apenas comprovam o que escreveu Karl Marx quando disse que a história acontece como tragédia e repete-se como farsa.

As crises se repetem e nós tentamos na crise atual as soluções que não funcionaram nas anteriores. Fairbanks e Lindsay destacam, entre outros fatores que atrasam o desenvolvimento, o paternalismo econômico, que se revela em três “micropadrões de comportamento”: a desvalorização da moeda vista como fonte de vantagem competitiva, o governo como “estrategista-mor da economia” e o protecionismo. Lembra alguma coisa a alguém?

O paternalismo, ensinam os autores, desestimula a inovação e anula os efeitos benéficos da competição em um mercado. Com as melhores intenções, provoca-se um resultado ruim.

Nas suas escolhas, leve em conta esses fatores. Empresas beneficiárias do paternalismo estatal, por exemplo, tendem a dar ganhos no curto prazo, mas podem desaparecer no futuro.

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