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Você se esforçou e conseguiu juntar um capital razoável, pensando no futuro, mas surgiu um imprevisto. E agora? É melhor avançar na aplicação ou fazer um empréstimo de outra fonte?

Em situações normais, não haveria dúvidas. Sacrificar a poupança é a opção possível, porque os juros pagos no empréstimo serão sempre maiores do que os recebidos na aplicação. De outra forma, você estará perdendo dinheiro. Mas há casos mais complicados. Como o da Giselle, que escreveu para a coluna na semana passada. Ela começou há seis anos a fazer seu pé de meia em previdência privada. Trata-se de uma forma de investimento apropriada para o longo prazo – longo mesmo, coisa de 20 anos – e que, justamente por isso, tem um problema: quem quiser sacar muito cedo acaba tendo prejuízo. Terá de pagar mais imposto, principalmente.

É uma boa oportunidade para falar sobre um tema que já andou aparecendo por esta coluna, mas que nunca é demais lembrar: é preciso ter uma reserva para emergências. Essa reserva tem de ter liquidez – ou seja, pode ser sacada e transformada em dinheiro rapidamente –, baixo risco e au­­sência de barreiras. Poupança tem liquidez: você vai ao caixa eletrônico e, apertando meia-dúzia de botões, transfere o saldo atual pa­­ra a conta corrente, sem perdas. Fundos de renda fixa também (é preciso apenas prestar atenção na tributação, que é alta para quem deixa o dinheiro aplicado por menos de dois anos). Ações têm liquidez, desde que estejam entre as mais negociadas da bolsa, mas têm risco: sempre existe a possibilidade de você ter de liquidar a aplicação quando os preços estão baixos. Previdência privada tem uma barreira tributária, além do fator matemático – ao reduzir os recursos disponíveis na aplicação hoje, você estará se privando dos ganhos que eles proporcionariam no futuro. Por isso, quem tem como principal meio de acumulação um fundo de previdência precisa também ter uma reserva em outra aplicação. Pode ser que nunca precise dela. Mas sempre é bom tê-la.

Já o caso de Giselle não é um imprevisto clássico. Ela contraiu dívidas e, para quitá-las, pode ter de abrir mão do que já acumulou. "Por enquanto, estou procurando maneiras de amortizar a dívida, com cortes nos gastos ou empréstimos com juros menores dos que estou pagando nestas dívidas", diz ela.

Esse é o melhor caminho, abater a dívida. Porque não é possível acumular dívidas e investimentos ao mesmo tempo – as dívidas sempre crescem mais rapidamente. Talvez seja bom procurar o credor e repactuar, fazendo uma proposta que seja possível de cumprir. Mas vai haver um momento em que a leitora terá de tomar uma decisão difícil: vender algum bem para quitar os débitos ou sacar da aplicação. Feito isso, o problema acaba, e ela estará livre para poupar novamente. Sempre é possível recomeçar.

Vai viajar?

O leitor Fernando enviou e-mail contando como consegue fazer seu dinheiro valer mais nos momentos de folga. "Creio que grande parte das pessoas não viaja para lugares legais por não saber se programar", diz. No feriado de Sete de Setembro, por exemplo, ele foi para Natal. Comprou as passagens com dez meses de antecedência, aproveitando a promoção de uma companhia aérea: R$179 a ida e R$199 a volta. E, também buscando bem antes, achou um chalé para cinco pessoas com diária a R$ 110 – R$ 22 por cabeça.

Passagem é um custo dos mais importantes nas viagens, e as empresas aéreas reservam poucos assentos para tarifas promocionais. A mesma regra costuma valer para as diárias mais em conta nos hotéis. Há riscos, claro. Geralmente as promoções não são reembolsáveis. Se você tiver de mudar a data da viagem, vai perder dinheiro. E há ainda questões fora do alcance do viajante, como condições meteorológicas ou até greves nas empresas de transporte. Mas convém lembrar que, na economia, as coisas funcionam assim mesmo. Você não consegue benefícios sem correr riscos.

Casa de ferreiro...

A dica do Fernando é tão importante para quem gosta de viajar – é o meu caso –, que me sinto obrigado a uma confissão. Vivo buscando ofertas nessa área, mas acabo sempre deixando para decidir na última hora. Tanto que, agora, estou ficando sem opções para o feriadão de 15 de Novembro. Os leitores têm alguma sugestão?

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