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E agora? O que acontece com a economia – e com o seu dinheirinho – com as incertezas do campo político?

Por enquanto, é difícil saber. O que se imagina é que o governo vai fazer das tripas coração para tentar recuperar a economia. Faz sentido, porque algumas análises de gente ligada ao governo associam a baixa popularidade da presidente Dilma e os protestos recentes a fatores como recessão, inflação e desemprego. Esta coluna mesmo abordou isso há algumas semanas, lembrando que, no passado, recessões profundas como a que estamos passando cobraram um preço alto dos político que estavam no poder.

Que caminho a dobradinha Lula e Dilma (com aquele à frente, reassumindo o protagonismo que ele próprio propiciou ao sacramentar como candidata à sua sucessão alguém que nunca havia disputado eleição alguma) vai adotar para reacender a economia é uma incógnita, principalmente porque a receita adotada anteriormente é a principal razão da crise atual. Não dá mais para incentivar o consumo, não dá mais para liberar crédito, não há espaço para empurrar setores ditos estratégicos. Não há imposto reduzido que vá salvar o ano da indústria automobilística, não há Minha Casa Minha Vida que convença o sujeito que está com o emprego por um fio a se meter num financiamento de 30 anos logo agora. O povo e o mercado, felizmente, parecem ser bem mais sóbrios que o governo.

Assim, continuamos no escuro. E ficar no escuro, em termos econômicos, significa que continuaremos experimentando instabilidade. Ativos como ações e dólar vão continuar flutuando ao sabor dos boatos do momento e do apetite dos especuladores. O princípio é simples: qualquer notícia que soe como incentivo a medidas heterodoxas – e vem se consolidando o entendimento de que a dobradinha Lula e Dilma caminha nesse sentido – provocará uma nova migração para ativos reais, e isso levará a altas no dólar e no ouro e perdas na bolsa. Se as notícias forem negativas para o grupo que está no poder, o dólar e o ouro tendem a cair e a bolsa pode subir.

Aos leitores partidários de um ou outro lado, advirto que não estou embarcando em campanha nenhuma, mas relatando uma realidade: o mercado já conta com uma mudança mais drástica no governo. Isso ficou claro ontem – enquanto a posse do ministro Lula rolava em Brasília, a bolsa subia e o dólar caía. Em geral, costuma-se dizer que os mercados vivem de antecipar tendências. Estima-se que andem entre 45 e 60 dias adiantados em relação aos fatos. Resta saber se o que vimos ontem foi uma mudança de tendência ou apenas mais um episódio de volatilidade.

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