• Carregando...

Ao encerrar o último pregão de 2015, a soma do valor de mercado das ações negociadas na bolsa de São Paulo (chamada de “capitalização bursátil” no jargão financeiro) era de R$ 1,912 trilhão. Sim, é uma dinheirama, mas não é nada tanto assim: já são três anos seguidos de queda, e o investidor anda perguntando se já não é hora de o preço das ações voltar a subir.

É uma questão difícil porque ninguém sabe muito bem o que esperar do nosso futuro próximo. Tudo vai depender de como as nossas crises gêmeas – econômica e política – vão se desenvolver nos próximos meses.

Quando não se sabe o que esperar do futuro, a única saída é olhar para o passado. Não que ele vá se repetir – aliás, quem lê as letras miúdas dos folhetos de fundos de investimento está acostumado com a frase “rentabilidade passada não é garantia de ganhos no futuro”. Mas ele pode fornecer alguns padrões que talvez possam se aplicar ao caso atual.

A casa de investimentos curitibana Inva Capital anda olhando para a crise argentina da virada do século, um período em que o país vizinho teve quatro anos seguidos de queda no PIB, assistiu à renúncia de dois presidentes e deu o maior calote de dívida da história do planeta.

Não vamos chegar tão longe. “O Brasil está longe de um calote da dívida externa, nós somos credores líquidos”, explica Raphael Cordeiro, diretor da empresa. Passada a crise, o mercado argentino recuperou-se e vem crescendo. Em janeiro de 2012, o índice Merval, da bolsa de Buenos Aires, estava na faixa dos 3.600 pontos, Ontem, fechou a 11.312. Parta comparar, o Ibovespa estava em 63 mil pontos em janeiro de 2012. Ontem ficou em 40.872.

Observadores dão como certo que o PIB brasileiro será negativo em 2016. Será o segundo ano seguido, algo que não ocorre desde a década de 1930. Raros analistas arriscam uma retomada, ainda que discreta, antes do segundo semestre deste ano. Mas e a bolsa, quando vai reagir? Só quando a recessão ficar para trás?

Na verdade, não. No mercado de renda variável, ganha-se dinheiro antecipando tendências e mantendo o sangue frio quando elas demoram a se realizar. Segundo estudos de Cordeiro, em geral as ações começam a inverter a curva de seis meses a um ano antes da economia sair do atoleiro.

Isso deve dar a você, leitor, alguns meses para preparar sua estratégia...

Escreva!

Mande seus comentários para financaspessoais@gazetadopovo.com.br.
0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]