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Como você está fazendo para economizar nesses dias de crise? Restaurantes e bares andam relatando redução na frequência, o que significa que o corte da refeição fora de casa – especialmente daquela mais cara, supérflua – tem sido uma das formas de cortar custos. E talvez a estratégia do ramo alimentício tenha levado a um acirramento nessa tendência.

A questão é que a crise surge no auge de um movimento que elevou o preço da comida em geral. Tudo foi gourmetizado, como se diz. E comida gourmetizada custa mais caro, o que é um problema quando as carteiras em geral andam menos abastecidas.

Qual será a saída? Simplificar (e baratear) os cardápios ou ir menos a restaurantes? Essa parece ser uma queda de braço que está apenas começando...

Montadoras

O leitor Luiz escreve, observando que as indústrias automobilísticas parecem não obedecer muito a lei da oferta e da procura. “Os preços estão sempre aumentando e as promoções apresentadas são para lá de fajutas”, diz.

O leitor que acompanha esta coluna há bastante tempo (ocupo esse espaço há mais de nove anos!) já sabe que eu não sou nenhum fã das estratégias das montadoras de carros. Elas usam estratégias enganadoras que vão desde suas escolhas semânticas – falar em “bônus” para o consumidor quando, na verdade, estão dando descontos – até a pressão contínua que faz sobre o governo, resultando em um tratamento diferenciado, que nenhum outro segmento da economia nacional conta.

Vamos dizer a verdade: todas as indústrias brasileiras gostariam de ter benefícios fiscais para produção e impostos reduzidos nos momentos de crise, mas poucos conseguiram. Nos últimos dez anos, as montadoras ganharam todos esses benefícios e mais alguns, como incentivos na área de crédito. Além disso, uma legislação amigável permite que elas deixem de instalar aqui equipamentos que são obrigatórios em outros países. Essas vantagens todas não ajudaram muito essas empresas a buscarem no mercado respostas a seus problemas, pelo contrário.

Por outro lado, poucos segmentos são tão afetados pela nossa fantasticamente alta carga tributária quanto a indústria de automóveis. Nos carros 1.0 a 2.0, algo como 28% do preço final corresponde a impostos. E, nos últimos meses, elas vêm fazendo um esforço inédito de renovação de frota, pagando os preços da tabela Fipe pelo carro usado do cliente, em alguns casos – ainda que eu acredite que essa é uma estratégia de distração para os consumidores, que deixam de exigir preços menores no carro novo.

O que favorece de fato as montadoras é que elas são poucas. Quem quer comprar carro não tem alternativa senão buscá-lo entre o punhado de fabricantes nacionais ou pagar ainda mais por modelos importados. Em tese, caberia ao governo regular mercados assim, concentrados. Como temos percebido, ele não só deixou de fazê-lo, como ainda criou regras favoráveis às empresas. E não é só coisa do governo atual, há décadas que ninguém ousa enfrentar as montadoras.

É, Luiz, estamos mesmo enrascados...

Liquidação duradoura

O que parecia uma promoção transitória está durando. Já em abril deste ano algumas construtoras começaram a dar vantagens adicionais para quem comprasse unidades já prontas. Em alguns casos, as empresas pagariam o imposto de transmissão e as custas do cartório. Em outros, os armários vinham de brinde. Na semana passada, essas bonificações estavam de novo na publicidade das incorporadoras. Sinal de que a crise continua batendo forte.

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