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.. para falar de tomates ou de fundos de investimento. O e-mail é financaspessoais@gazetadopovo.com.br.

Os investidores brasileiros estão se tornando um pouco mais independentes, pelo que se depreende de dados divulgados na semana passada. Poderia ser uma boa notícia, um sinal de amadurecimento. Mas foi uma questão de necessidade.

O documento é um relatório da Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais (Anbima), o primeiro levantamento consolidado sobre o varejo de investimentos a incluir informações da indústria de fundos e os produtos de tesouraria – ou seja, na compra direta de papéis privados como CDBs, debêntures e letras de crédito imobiliário, por exemplo. Por varejo entende-se aquela categoria de negócios que podem ser fechados por pessoas físicas no seu próprio banco ou em corretoras. Outras categorias abrangem clientes com grandes fortunas, investidores qualificados (como fundos de pensão, por exemplo) e empresas.

O levantamento mostra que o número de investidores em fundos nesse segmento de varejo teve uma queda pequena entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012 – 0,84% –, mas representativa para o momento estranho por que está passando o mercado brasileiro. No passado, esse segmento vinha crescendo rapidamente. O patrimônio total da indústria de fundos foi multiplicado por cinco entre 2002 e 2012. O segmento varejo – formado pelos investimentos que estão ao alcance de pessoas físicas nos bancos – também vinha crescendo, até o ano passado.

A queda na taxa básica de juros (a Selic), um movimento iniciado em setembro de 2011 e que pode estar prestes a terminar – caso se confirmem as previsões das instituições ouvidas pelo Banco central na pesquisa Focus – é a principal razão desse encolhimento. Isso porque boa parte dos investidores de varejo está concentrada em fundos mais conservadores. Os fundos DI, cujo rendimento é bem próximo ao da Selic, respondem por 30% do patrimônio dos cotistas do segmento varejo. Para essa turma, um alerta vermelho está aceso. Dependendo da taxa de administração cobrada pelo fundo, o ganho líquido pode ficar abaixo da inflação. Isso significa que o investidor está, na prática, perdendo poder de compra.

Aparentemente, eles não estão saindo do mercado, mas mudando de destino. A quantidade de investidores em tesouraria cresceu 17,6% no mesmo período. O volume de recursos ainda é menor (R$ 205,2 bilhões em tesouraria, contra R$ 256,2 bilhões nos fundos), mas o crescimento é mais forte (5,4% contra 9,4%).

Só em SP

Curiosamente, segundo o relatório da Anbima, essa redução no número de clientes está concentrada no mercado de São Paulo. Lá, a população que investe em fundos baixou de 1,555 milhão para 1,460 milhão. Nas outras regiões – o levantamento discrimina individualmente os quatro estados do Sudeste, e analisa Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul em conjunto – houve crescimento. Nos estados do Sul, o aumento foi de 2,5%, de 638 mil para 654 mil.

Mudando de assunto...

Amanhã o IBGE divulga o IPCA de março. Legume-celebridade, o tomate deve atrair toda a atenção. Segundo os levantamentos do instituto, a alta do produto em Curitiba chegou a 94,4% no período de março de 2012 a fevereiro de 2013. Em outras praças, a elevação foi ainda maior – Porto Alegre registrou 140,4%; no Rio de Janeiro o porcentual acumulado ficou em 107,9%.

Essa variação excepcional alimentou uma série interminável de piadinhas nas redes sociais: carros fortes transportando tomates protegidos por guardas armados, madames desfilando com tomates pendurados no pescoço como joias, traficantes trocando drogas pelo comércio de hortigranjeiros... Tem de tudo por aí. O tomate é pop.

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