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Confira a evolução da taxa de administracao em fundos de renda fixa |
Confira a evolução da taxa de administracao em fundos de renda fixa| Foto:

A leitora Izabel mandou um e-mail com a dúvida do título – um "problema" que muitos gostariam de ter. Ela já tem os recursos aplicados, mas está insegura quanto a manter a configuração atual do investimento: R$ 40 mil em fundos de renda fixa, R$ 40 mil aplicados em dois fundos de previdência privada e os R$ 20 mil restantes em moeda estrangeira, em espécie (dólares e euros guardados como uma reserva para as viagens anuais que costuma fazer ao exterior).

O consultor financeiro independente Raul Gomes Pereira Ribas, da Diversinvest, é quem responde. "Ela poderia diversificar os valores que ela tem na previdência privada", diz. Ribas observa que manter duas aplicações desse tipo parece não ser uma boa política, porque implica em pagar taxas de administração e carregamento em dobro. "O melhor seria escolher o fundo que tiver os menores desembolsos e alocar os recursos do outro numa aplicação diferente."

Como os fundos de previdência costumam ter tributação regressiva, a escolha teria de passar pela "idade" dos fundos – em tese, o mais antigo pagaria menos impostos em caso de saque. "Mas ela teria de fazer algumas contas, levando em consideração as taxas que serão pagas por cada fundo no longo prazo", observa o consultor.

Para a diversificação, ele indica as Notas do Tesouro Nacional – série B (NTN-B), disponíveis para compra via Tesouro Direto. São papéis de longo prazo, corrigidos pelo IPCA. Ou seja, garantem reposição da inflação. Além disso, as NTN-B pagam juros semestrais ao aplicador e reduzem bastante o custo da aplicação. Nas operações do Tesouro Direto não há taxa de administração, apenas uma taxa de custódia que varia entre 0 e 1% ao ano (a exceção, segundo ranking de tarifas publicado no próprio site do Tesouro, é o Itaú, que cobra exorbitantes 4% ao ano no banco de varejo e 3% no Personalité).

Já a manutenção dos dólares e euros é uma opção "curiosa", segundo o especialista. "Essa posição destoa um pouco do perfil conservador e preocupado que ela parece demonstrar", observa. Explica-se: a moeda estrangeira costuma ter uma variação muito grande – como, aliás, pode-se constatar pelo seu comportamento nos últimos meses. É possível, por exemplo, que boa parte da reserva acumulada pela leitora tenha sido comprada a cotações maiores do que as atuais e, nesse caso, ela teria tido prejuízo com essas operações.

Há outras opções para quem quer fazer uma poupança em moeda estrangeira, como os fundos cambiais. Estes, no entanto, têm taxas de administração e talvez não sejam uma boa opção para Izabel. O consultor Ribas lembra apenas que reservas em moeda estrangeira precisam ser descritas na declaração do Imposto de Renda.

Administrando as taxas

Um estudo da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), divulgado na semana passada, mostra que as taxas de administração nos fundos de renda fixa do Brasil estão caindo. Como mostra o quadro ao lado, a taxa média era de 3,01% ao ano em 2001, e no ano passado fecharam em 2,16% ao ano. Embora 2,16% ainda seja um número alto para os nossos padrões atuais, a redução existe e é razoável. É preciso, no entanto, comparar o porcentual cobrado pelos fundos com a taxa básica de juros no período.

Em dezembro de 2002, por exemplo, a taxa básica de juros básica era de 25% ao ano. Nessas condições, uma taxa de 2,82% poderia ser considerada baixa – afinal, o consumidor ficava com uma suculenta rentabilidade de pelo menos 17% ao ano, descontada a taxa e os impostos. Hoje em dia, o ambiente está bem diferente. Com a Selic de 10,25% ao ano que temos hoje (e que deve ficar perto de 9% no fim do ano), o investidor fica com um valor líquido próximo de 6%.

Depois dizem que a culpa de os fundos de renda fixa terem ficado pouco atraentes é da caderneta de poupança...

Mais informação...... na semana que vem. Até lá, envie sua opinião sobre a coluna, sua dúvida sobre finanças pessoais ou uma sugestão sobre o que gostaria de ler neste espaço. O e-mail está ali em cima.

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