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As oportunidades estão aí, e muitas delas parecem boas demais para a gente perder. Exemplos? Carros e eletrodomésticos com IPI reduzido, imóveis com subsídio do governo. A impressão que se tem é que todo mundo vai conseguir fazer excelentes negócios e que você deveria sair às compras também.

O leitor André parece estar nessa situação. Ele leu – inclusive aqui na coluna – sobre o programa Minha Casa, Minha Vida, e escreve perguntando se há alguma solução para o caso dele. Aparentemente, ele e sua esposa têm tudo para comprar seu imóvel próprio: a renda familiar (R$ 2 mil por mês) está na faixa certa e eles têm R$ 10 mil de FGTS, o que pode ajudar bastante na entrada. Só que eles pagam aluguel (R$ 580) e financiamento de carro (R$ 420) e têm um empréstimo consignado (R$ 320). Suas despesas fixas (sem considerar alimentação) já passam dos R$ 1,4 mil. E ainda têm uma dívida bancária vencida de R$ 15 mil. Será que dá para comprar o apartamento?

Com a dívida, o mais provável é que um pedido de financiamento bata na trave. Se o objetivo do casal é realmente esse, então o melhor é começar saneando esse problema. "O ideal é procurar o banco e repactuar a dívida", opina o consultor em finanças pessoais Friedbert Kroeger, da Financonsult. "Teria de ter coragem para procurar o banco e fazer uma proposta ousada." Isso pode não ser tão complicado quanto parece. Essa dívida deve ter embutido um volume grande de juros, que inflou seu valor. Em uma eventual negociação, os juros podem ser muito reduzidos. Dependendo da situação, não é raro a instituição financeira conceder descontos de 80%, 90%. E é possível parcelar o saldo de forma que caiba no orçamento. Assim, a restrição no cadastro desaparece, e volta a ser possível contrair um financiamento.

Mas, calma lá! Antes de assumir outra dívida é preciso ter certeza de que vai dar para pagar. André e a esposa já estão comprometidos com as parcelas do carro e do consignado. Terão mais as da renegociação da dívida e a do apartamento.

Dinheiro não estica, André. Para comprar o apartamento será preciso colocar as contas em ordem e ter muita disciplina para mantê-las em ordem. E, provavelmente, algum sacrifício.

Por outro lado, como observa Kroeger, o momento é único. "Seria uma pena perder uma oportunidade como essa, de comprar com um subsídio do governo", diz.

Paciência recompensada

Encontrei na semana passada um investidor que foi personagem desta coluna no início do ano passado. Ele teve fortes prejuízos com a desvalorização das ações, em 2008, e manteve pacientemente sua carteira até que os preços se recuperassem. "A imagem que me vinha era de que eu estava nadando contra uma corrente: com todo o meu esforço, eu não saía do lugar", descreve. "Então eu pensei: não posso mais nadar, tenho de boiar."

Ele boiou por algo entre seis e oito meses, e foi recompensado. Com a valorização, vendeu 30% da carteira e comprou um carro novo. O Fiat Punto que está em sua garagem serve como troféu, um prêmio pela sua persistência. "Passei pelo mais difícil, que é saber do que eu sou capaz. Não fiquei rico, mas consegui manter o que tinha", explica.

E continua investindo. Só mudou a composição do seu capital – hoje, o porcentual dedicado às ações é bem menor.

Também quero!

Impressionante e lamentável a proposta do governo de dar isenção de impostos para a Fifa e as empresas ligadas à organização da Copa do Mundo de 2014. O futebol não é nenhum esporte pobrezinho, que precise de incentivo. E as tais empresas são grandes corporações, que podem muito bem pagar o que lhes é devido. Apesar disso, o ministro Orlando Silva sugere dar um chapéu no contribuinte e mandar para o chuveiro a responsabilidade fiscal.Um aviso ao ministro: também sei bater uma bolinha e, já que o Dunga não me dá atenção, posso prestar serviços à Fifa. Será que não mereço uma isenção também? E você, leitor, o que pensa disso?

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