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Em que você pretende aplicar seu dinheiro em 2012?

É ano de trocar de carro? De fazer uma reforma na casa? De comprar novos aparelhos eletrodomésticos ou eletrônicos – um tablet, uma geladeira nova, um home theater –, talvez?

É um costume bem conhecido esse de fazer resoluções de ano novo. As pessoas aproveitam esta época para prometer que vão mudar alguma coisa. Atire a primeira pedra quem nunca prometeu a si próprio que iria perder peso, fazer exercício físico, iniciar uma reserva financeira. A segunda pedra – se houver – fica para aquele que conseguiu cumprir integralmente essas promessas. Na maior parte das vezes, admitamos, as decisões que as pessoas anotam em suas agendas nos últimos dias do ano são totalmente esquecidas já no primeiro trimestre.

O mesmo não acontece com as decisões de compra. Se você decidir agora que vai comprar uma motocicleta em 2012, é bem provável que o faça. Mais: no ano que vem você com certeza fará algumas compras por impulso. O contrário é até surreal. Você consegue imaginar alguém que, com dinheiro no bolso, sinta um impulso irresistível de abrir uma caderneta de poupança?

Você pode tirar duas conclusões sobre isso. Uma delas é simples – gastar dinheiro é fácil, mudar hábitos é difícil. A outra é um pouco mais complicada de admitir: nós acumulamos muitos maus hábitos financeiros. Não só temos dificuldade em nos livrar deles, como até os cultivamos.

Por experiência própria, sei que as pessoas têm a tendência de dar prioridade a itens de conforto ou de lazer, deixando de lado aquilo que consideram chato – normalmente, economizar é mais chato do que gastar. E isso não deixa de ser um mau hábito, mais ou menos como pedir a sobremesa antes do feijão com arroz.

Em 2012, sugiro fazer algumas perguntas antes de pegar o cartão de crédito. Essa compra é mesmo necessária? O preço é justo? Não há algum outro gasto mais urgente?

Um ano novo sem dívidas pode ser mais feliz.

Perspectiva

No ano passado, me pediram um texto curto sobre as perspectivas para os investimentos em 2011. Escrevi três parágrafos sobre ETFs (sigla em inglês para Exchange Traded Funds, ou fundos negociados em bolsa). São fundos de investimentos que copiam a composição dos índices da bolsa de valores, como o Ibovespa, o IBr-X e índices setoriais, como o de consumo ou o de pequenas empresas, por exemplo. Na época, disse que eles tinham tudo para "bombar" nos próximos 12 meses.

Naquele momento, não havia como prever a encrenca que seria o ano para os investimentos em ações. Graças às crises sequenciais no hemisfério Norte – em especial ao rebaixamento da dívida americana e às encrencas com o euro, cujas histórias estão resumidas na retrospectiva da página 18 –, o mercado azedou: até o fechamento de ontem, 2011 estava no vermelho em 16,79%. Quem investiu em Bova11 (o ETF que espelha o Ibovespa) em 31 de dezembro e não mexeu na aplicação até agora, portanto, perdeu um sexto de seu capital.

Isso não quer dizer que os ETFs tenham ficado melhores ou piores. Dando uma olhada nas estatísticas desse tipo de aplicação, é possível constatar que a quantidade de negócios quase dobrou em um ano. Em dinheiro, o crescimento foi ainda maior: no mês de dezembro do ano passado, os ETFs movimentaram R$ 664 milhões. Em novembro de 2011, os negócios somaram R$ 1,559 bilhão – uma elevação de 134%. Em um período em que é difícil encontrar alguém que esteja ganhando dinheiro com ações, é um avanço e tanto.

Perceba que os ETFs não são bons ou maus em si, apenas refletem o que ocorre no mercado de ações. Se você acredita que o mercado em geral vai subir, eles são uma boa opção para você. Sua vantagem está num risco menos concentrado. Em vez de comprar ações de uma ou duas empresas (e, portanto, ficar sujeito ao vaivém de preços de uns poucos papéis), o investidor leva para casa uma cesta de empresas. É, como escrevi no ano passado, uma maneira de diversificar os investimentos em bolsa comprando um único papel.

Desta vez ninguém me pediu para escrever sobre perspectivas de investimentos. Mas eu mantenho a aposta: se os ETFs floresceram num ambiente ruim como o deste ano, ninguém segura seu crescimento quando as ações voltarem a se valorizar.

Acredite, nenhuma crise dura para sempre.

Escreva!

Escreva para financaspessoais@gazetadopovo.com.br contando suas resoluções de ano novo na área financeira. Mande também sua dúvida ou seu comentário. Até o ano que vem.

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