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Não sei se você está preocupado com a inflação, que deve ficar neste ano na faixa dos 5,68%, pelos palpites de bancos e consultorias que o Banco Central agrupou na pesquisa Focus divulgada ontem. Mas devia. Temos tido uma sequência de anos com inflação alta, e isso não é bom.

Antes de continuar, é importante observar o que se entende por "inflação alta". Houve um tempo neste país em que se considerava altos índices de 9% ou 10% ao mês. Isso não é alto, é irreal, absurdo, maluco. Os patamares atuais são civilizados, mas mesmo assim fogem ao que se considera normal pela comunidade econômica internacional. Pegue, por exemplo, o índice de preços ao consumidor acumulado de 2005 para cá. Os Estados Unidos tiveram 17,6%; a Alemanha registrou 12,9%; o Canadá, 14,7%; a China, 25%. O Brasil teve 41,3%.

Essa é a primeira razão para temer a inflação: ela não é normal, mesmo que alguns teimem em dizer que "um pouco de inflação é bom, porque estimula a economia". Falar isso de um índice próximo de 6% ao ano é como dizer que pegar gripe é saudável porque estimula o corpo a produzir anticorpos. A verdade é que a inflação faz parte do jogo econômico, mas não nesses patamares. Corte pela metade, e estaremos falando em números mais justos.

A segunda razão está nos salários. Com o crescimento econômico em baixa, é bem provável que as empresas endureçam a negociação dos acordos salariais. Para os trabalhadores, obter uma recomposição de perdas vai exigir esforço. Ganhos reais vão ser muito, muito difíceis.

Por último, há a questão dos investimentos. Os investidores têm enfrentado dificuldades crescentes para achar aplicações financeiras capazes de bater a inflação. Do jeito que as coisas andam, a tendência é piorar.

Espaçosos

A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe, instituição ligada à USP) divulgou ontem o índice Fipe-Zap de preços de imóveis, criado em parceria com um portal de negócios imobiliários. Pela primeira vez o levantamento incluiu dados de Curitiba, com informações dos últimos sete meses. Os números mostram como o curitibano é espaçoso: os preços em geral registraram queda de 1,8% no período de junho de 2012 a janeiro de 2013. Mas os imóveis de quatro ou mais quartos mostraram trajetória diferenciada. Os preços chegaram a baixar no ano passado, mas tiveram uma reação mais acentuada nos últimos três meses e acumulam alta de 3,6%. Sinal de que a demanda nesse segmento é firme.

O comportamento destoa daquele verificado em outras localidades. Em Porto Alegre, por exemplo – cidade de porte semelhante – as categorias de um, dois e três quartos demonstram aumentos substanciais de preço, mas os de quatro ou mais dormitórios caíram 5,6% no mesmo período. Lá, o índice geral apresentou alta de 8,9%.

De olho no STF

Pode ser que saia neste ano uma decisão do STF sobre a remuneração das cadernetas de poupança nos planos econômicos dos anos 80 e 90. São questões que estão indo e voltando no Judiciário há muitos anos, sem que haja decisões definitivas. Há pessoas que já receberam a correção e, recentemente, foram assombradas com a possibilidade de uma decisão reversa obrigá-las a devolver valores há muito já gastos.

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