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Projetos de intercooperação, que permitem ampliar investimentos e diluir o risco do empreendimento, vêm transformando os Campos Gerais, no Paraná, em um reduto singular de inovação, tecnologia e diversificação no agronegócio. Cortada pela BR-376 e PR-151, a região se beneficia por um outro fator que faz toda a diferença. A localização geográfica e a confluência logística favorável, que conectam oferta e demanda, estimulam não apenas a produção como a agroindústria. Uma estratégia que adiciona valor à produção primária, remunera melhor todos os elos da cadeia produtiva e desencadeia um efeito cascata a outros segmentos da economia – indústria, comércio e serviço – local, regional e estadual.

Um exemplo do dinamismo dessa nova ordem que vem do campo poderá ser conferido na Agroleite 2015, feira de tecnologia leiteira que ocorre na Colônia Castrolanda, no município de Castro, que nos próximos dias responde como a capital nacional do leite. Referências que não vem apenas do volume produzido, mas da qualidade do produto que chega ao consumidor final e da produtividade do plantel. Uma vaca de Castro produz o equivalente a cinco vezes (7 mil litros/ano) a média nacional (1,4 mil litros/ano). A produção total do município é de 230 milhões de litros/ano, o equivalente a pouco mais de 5% do volume produzido no estado. Isso faz de Castro o maior município produtor do país. O Paraná produz anualmente 4,4 bilhões de litros.

O leite é o grande ativo de Castro e um dos grandes negócios dos Campos Gerais. A região, porém, é pura diversificação (...) Uma economia rural que impulsiona o desenvolvimento econômico e social regional e estadual

Trecho do editorial da revista Agronegócio Gazeta do Povo especial Agroleite

O leite é o principal ingrediente, mas a Agroleite também traz muita diversificação. Na terra do leite tem carne, grãos e cereais, além de pesquisa, informação e muita cultura. Colonizada por imigrantes holandeses, Castrolanda, Castro e região carregam muitos traços culturais nos hábitos alimentares, na educação, na religião e na arquitetura. No parque onde ocorre a feira, por exemplo, será possível conhecer a Vila Holandesa, espaço comercial e cultural dedicado à integração, interação e negócios entre a comunidade holandesa e o público externo.

O evento abre na terça, 20, e segue até sexta-feira, 23. Na semana passada, o Agronegócio Gazeta do Povo editou uma publicação especial motivada pela Agroleite, que trata de mercado, gestão, tecnologia e tendências do leite e de outras cadeias produtivas presentes nos Campos Gerais. A revista, que circulou na Gazeta do Povo e será distribuída na feira, pode ser acessada on-line no endereço ww.agrogp.com.br.

Valor Bruto da Agropecuária contraria o PIB

Enquanto agências internacionais de avaliação de risco das economias mundiais rebaixam a nota do Brasil no ambiente econômico e financeiro, por aqui o agronegócio continua segurando as pontas e, de certa forma, contrariando o cenário de recessão. A Secretaria de Política Agrícola (SPA), do Ministério da Agricultura (Mapa), divulgou nota na semana passada com uma nova previsão do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) para 2015. A dois meses e meio para o fim do ano, o valor projetado é 1,3% maior que o obtido no ano passado, para R$ 481,4 bilhões, sendo R$ 309 bilhões da agricultura e R$ 172 bilhões da pecuária.

A considerar que o Produto Interno Bruto (PIB) nacional deve terminar o ano acima de dois pontos porcentuais no negativo, um resultado acima de 1% na economia do campo é no mínimo um alento à cadeia do agronegócio e à economia nacional. Como um quarto do PIB brasileiro vem do agronegócio, se o setor também estivesse no vermelho, dá para imaginar que o estrago poderia ser ainda mais devastador. O agro não vai salvar o Brasil em 2015, até porque a crise mais grave no país é política, e não econômica, mas ele terá contribuição decisiva para que o buraco não seja ainda maior.

O VBP é calculado com base no preço da produção primária, sem transformação e valor agregado. Na prática é o valor que o produtor recebe, dentro da porteira, pela sua produção agrícola e pecuária. O valor adicionado será utilizado na composição do PIB do agronegócio, que por sua vez compõe o Produto interno Bruto geral do país.

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