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Estamos vivendo um período surpreendentemente calmo. O índice VIX, que mede a volatilidade, ou seja, a instabilidade do mercado de ações americano, está em níveis baixíssimos. A inflação também está muito reduzida em quase todos os países do globo. No Brasil, a instabilidade do Ibovespa tem se reduzido, e o dólar não pára de cair. Tudo de bom.

A felicidade não é para todos. Ao contrário do que muitos pensavam, antever o comportamento do câmbio é uma tarefa difícil. A revista The Economist revela que o Deutsche Bank e a Merrill Lynch criaram modelos para prever o valor das principais moedas do mundo. Perceberam que há alguns fatores-chave para o comportamento do câmbio. O primeiro é o carry trade. Trata-se de tomar emprestado na moeda de um país que mantém juros baixos, como o Japão, e aplicar em países que pagam juros altos, como o Brasil ou a Nova Zelândia. No médio prazo, o que acontece? O iene japonês se deprecia, o real e o dólar neozelandês se valorizam. Foi exatamente o que se viu nos últimos quatro anos.

O segundo fator-chave é chamado de momentum. Quem estudou Física deve se lembrar do conceito de inércia. Em finanças, acontece algo parecido. O que está subindo tende a continuar sua trajetória de alta. O que está caindo deve cair mais ainda. Vai ser necessária uma força em sentido oposto para alterar essa tendência. De tempos em tempos, ela surge e surpreende a maioria.

Um terceiro fator é chamado de paridade do poder de compra, que supõe que, no longo prazo, o câmbio deve se ajustar à inflação de cada país. Isso traz um certo equilíbrio ao modelo.

Se os ganhos não foram tão grandes ao se fazer modelos com base em dados do passado, pior ainda será tentar usá-los para prever o futuro. Na prática, decisões dos bancos centrais, de exportadores ou até de turistas que rodam o globo acabam mudando os resultados desse arriscado mercado.

Detalhe importante: investidores tornaram-se muito complacentes. Exigem prêmios cada vez menores para investirem em mercados arriscados como os de ações e os de dívida de países emergentes.

Não é à toa que o Brasil tem sido um dos maiores beneficiários desse ciclo virtuoso. No entanto, o perigo não está afastado. Grandes e pequenos investidores têm assumido apostas cada vez mais arriscadas. Não dá para esconder que, se algo sair errado, os prejuízos serão muito grandes. Talvez maiores do que os ocorridos no passado.

O leitor pergunta:

– Tenho hoje R$ 32.818,00 no fundo e devo R$ 35.416,00 em um financiamento imobiliário pela CEF. Vale a pena quitar tudo?

– Em princípio, sim. O fundo de garantia rende muito pouco, só TR + 3%. Sua dívida está sendo corrigida por TR + 12%. Uma diferença de 9%, fora o custo do seguro e de taxas que são cobradas na prestação. O risco é perder o emprego e precisar de dinheiro. Mesmo assim, acho que vale se livrar da dívida. Depois, disciplinadamente, você pode poupar o valor equivalente ao da prestação. Se investir no Tesouro Direto ou num CDB, em poucos anos terá recuperado sua reserva.

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