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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Bastou o mercado imobiliário se aquecer que algumas construtoras começaram a exagerar. Estão cobrando juros no pé, ou seja, juros durante a fase da construção, antes da entrega das chaves.

Os juros são justos? Penso que não. Quando o consumidor compra um apartamento na planta, é ele quem merece receber juros. É o cliente que está emprestando seu capital para a construtora, não o contrário.

O problema se agravou porque muitos bancos voltaram a financiar obras. E as construtoras, rapidamente, tentam repassar esses encargos financeiros para os clientes. Em tempos de demanda em alta e de muitos compradores inexperientes, tal repasse não é difícil de ser feito.

Vale o alerta – pagar juros na fase da construção pode fazer sua dívida estourar em pouco tempo. Aposto que muitos vão descobrir, no momento da entrega das chaves, que o saldo devedor no financiamento com a construtora ficou muito maior do que o valor de mercado do apartamento. Por quê? Porque os juros serão capitalizados e cobrados sobre todo o valor do apartamento durante 18 ou 24 meses. Essa carga é tão grande que provavelmente o mercado não terá fôlego para acompanhar o acréscimo. Ou seja, a valorização do apartamento novo será menor do que os juros acumulados.

Resumindo: comprar apartamento na planta é um negócio arriscado para o cliente. Só compre de construtoras muito sólidas e tradicionais e dê preferência para obras com seguro. Não aceite pagar juros durante a construção porque seu capital não será remunerado durante esse período. Talvez você esteja inclusive pagando aluguel nessa época. Não há razão para pagar juros também. Exija um belo desconto em relação ao imóvel já pronto nas vizinhanças para compensar os juros que está deixando de ganhar em outras aplicações. Lembre-se de que você é que vai emprestar seu capital para a construtora trabalhar.

Se tudo isso não for possível, espere um pouco, junte mais dinheiro e compre um apartamento usado, de preferência seminovo, financiado pelo SFH.

* * * * * * O leitor pergunta: Petróleo em alta é uma ameaça para as bolsas?

Sim, o ritmo deve se alterar. Insisto no otimismo com moderação. É bom aplicar parte do patrimônio em ações, mas com um colchão de alta densidade em renda fixa para amortecer as inevitáveis quedas. E não deixe de manter uma carteira diversificada de papéis.

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