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Pequenos investidores ficam contentes quando recebem um crédito de aluguel ou de dividendos em suas contas bancárias. O que eles fazem? Aplicam em renda fixa ou em poupança. Outros dizem que é "dinheiro de pinga" e, em pouco minutos, tudo some.

Calculei o rendimento acumulado de ações da Vale do Rio Doce ON e do Bradesco ON, desde o início do Plano Real, há quase doze anos. Considerando que o aplicador tenha reinvestido todo o dinheiro dos dividendos nessas mesmas ações, encontrei um fantástico rendimento: para a Vale ON, ganho acumulado de 4.769%. Entretanto, se o investidor tivesse torrado o dinheiro, o total da conta diminuiria bastante: 2.471%. Mais de 48 vezes o capital inicial no primeiro caso e mais de 25 vezes o capital inicial na segunda hipótese.

No caso do Bradesco, a diferença é ainda maior. Quem reaplicasse os dividendos multiplicaria seu capital por 41. Quem não reaplicasse ganharia 17 vezes o capital inicial.

Nesses dois exemplos, os ganhos foram espetaculares. No entanto, em outros períodos menos brilhantes, reinvestir os dividendos pode fazer toda a diferença entre ter um belo lucro ou um doloroso prejuízo nos investimentos em ações.

A lógica da reaplicação vale também para o mercado imobiliário. Só que é mais difícil fazer as contas, pois os imóveis têm um valor bem maior e o investidor vai precisar acumular aluguéis durante muitos meses até poder comprar um segundo imóvel.

Fiz alguns cálculos e, para simplificar, considerei que o investidor aplica em um fundo de renda fixa o aluguel de um imóvel que vale hoje R$ 50 mil. Se o aluguel render 0,6% ao mês, teremos um depósito de R$ 300 todo mês. Supondo que o rendimento seja de 6% ao ano acima da inflação, já descontados o IR e as taxas cobradas pelo banco, cheguei a um saldo de R$ 300 mil, corrigidos pela inflação, no fim de trinta anos. E tem mais: no fim de quarenta anos de aplicação, o pequeno aluguel de R$ 300 transforma-se em R$ 600 mil, ou seja, mais de 10 vezes o valor do imóvel, corrigido pela inflação.

Inquilinos mais pobres chegam a pagar 1,5% ao mês sobre o valor de suas casas. Se o proprietário aplicar o valor recebido em fundo de renda fixa ou em outros imóveis que ofereçam uma renda líquida de 0,5% ao mês acima da inflação, chegará ao montante de R$ 1,5 milhão em quarenta anos de investimento, ou seja, 30 vezes o valor do imóvel.

Resumo da ópera: quem tem imóveis ou ações precisa ter disciplina na hora de reaplicar os rendimentos recebidos. Quem é pobre precisa fazer um enorme esforço para comprar sua casa; caso contrário, dará ao proprietário dezenas de vezes o valor do imóvel, em suaves parcelas, sob a forma de aluguel.

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O leitor pergunta

O PIBB reaplica os dividendos?

Sim. O fundo de ações PIBB, lançado pelo BNDES, segue o índice IbrX-50, que já considera a reaplicação de todos os proventos gerados pelos seus papéis.

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