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Vídeo| Foto: Reprodução RPC TV

Que tal aproveitar a chegada do fim de ano, quando a maré sobe e a renda de quase todo mundo aumenta, para colocar suas contas em ordem e começar a pensar em investimentos de longo prazo?

Tão ou mais importante do que descobrir a melhor forma de se investir é fazer sobrar dinheiro no dia-a-dia. Quanto se deve juntar? Não há uma regra fixa. Pessoas com empregos razoavelmente estáveis com 13.º salário e fundo de garantia devem ter em mente economizar pelo menos 10% de seus salários todo mês.

Profissionais liberais, como médicos, dentistas, advogados e arquitetos, precisam ser mais conservadores. A meta para eles precisa ser bem mais alta: 30% dos seus ganhos anuais. Falo em ganhos anuais porque esses profissionais costumam ter uma forte variação na renda mensal. O percentual é muito mais alto porque eles não contam com FGTS e muitas vezes contribuem pouco para o INSS. Ou seja, eles precisam ter uma excelente previdência privada e uma grande reserva para emergências.

Como chegar lá? Na teoria é muito fácil: ganhar mais, ou gastar menos, ou ainda fazer um pouco das duas. Óbvio, não é? Só que a maioria não coloca isso em prática. Rendem-se aos apelos do consumismo e depois reclamam da vida.

Uma boa dica é isolar o dinheiro do dia-a-dia do dinheiro do longo prazo. Há algumas formas para se fazer isso: 1) Abrir uma conta só para investimentos em outro banco. Você terá que pagar tarifas a mais, mas pode ser compensador sob o ponto de vista psicológico. Além disso, ao manter conta num segundo banco, você pode compará-los e usufruir de algumas vantagens exclusivas desse segundo banco. Os produtos e serviços têm ficado cada vez mais parecidos, mas, ainda assim, há detalhes que fazem a diferença entre um banco e outro. Vale analisar caso a caso.

2) Abrir uma conta numa corretora de ações e fazer seus investimentos de longo prazo em Tesouro Direto e em ações. As despesas são bem menores e você pode usar uma corretora de seu próprio banco, se preferir.

3) Usar planos de previdência, tipo VGBL, para as aplicações com prazos superiores a 10 anos. É muito importante analisar a segurança do administrador e as taxas cobradas.

4) Pedir ao gerente de sua conta para agendar aplicações sempre no dia do seu pagamento, de uma forma bem rotineira. Quem deixa para aplicar o dinheiro que sobrou no fim do mês geralmente gasta tudo. Ao contrário, quem começa o mês já investindo tende a ter muito mais disciplina nas despesas do dia-a-dia.

O leitor pergunta: Comecei a investir em ações em janeiro. Vendi tudo em agosto. Voltei em setembro e quase vendi tudo nesta semana. Como evitar todo esse estresse?

Seu corretor deve estar contente com você. Girar carteira com essa velocidade gera muitas despesas. Provavelmente, você anda investindo em ações um percentual do seu patrimônio bem maior do que o desejável. Sugiro que você estabeleça um limite máximo, digamos de 30%, e só pense em vender novamente daqui a 10 anos ou mais.

Uma interessante dica para quem tenta poupar e não consegue é criar uma âncora para segurar aqueles vícios maiores. Qual seu ponto fraco? Roupas? Viagens de fim de semana ou restaurantes sofisticados?

A âncora consiste em só fazer esse gasto desnecessário se você tiver dinheiro suficiente para investir a mesma quantia numa aplicação financeira, simultaneamente. Essa idéia um tanto radical é defendida pelo especialista inglês Alvin Hall.

Assim, se você está apaixonado por uma determinada peça de roupa numa loja do shopping, não passe no caixa antes de ir até o banco e depositar a mesma quantia numa aplicação de longo prazo, num VGBL, por exemplo. Antes de dizer que você merece passar um fim de semana no resort, aplique uns R$ 2 mil reais em CDBs. Ou, se você estiver realmente convencido a trocar seu aparelho celular, entre no site de seu banco e aplique o valor do celular num fundo DI. Só depois disso, você terá o direito de fazer aquela compra não tão necessária.

Resultado: vai ser MUITO mais difícil comprar por impulso. E, mesmo se você resolver lhe dar um presente de curto prazo, estará também lhe dando um presente de futuro. Esse presente será muito útil no dia em que o mercado de trabalho não estiver tão bonzinho com você. Ou quando você realmente estiver merecendo um bom descanso. Ou seja, seu empenho agora será duplamente recompensado no futuro.

mauro@halfeld.com.br

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