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Todo mundo já ouviu este conselho de investimento: compre na baixa e venda na alta. Por que na prática isso é tão difícil? Há pelo menos dois motivos: são os chamados efeitos "dinheiro da banca" e "picada de cobra". Após ganhar uma grande quantia em cassinos, os jogadores não consideram o dinheiro extra como sendo realmente deles. Acreditam que seja da banca. Por isso acabam ficando mais corajosos, mais dispostos a fazer novas apostas, cada vez mais arriscadas.

No mercado de ações isso não é diferente. Durante um longo período de alta, como o que vivemos no Brasil desde o final de 2002 até de abril de 2006, os investidores foram abrindo seu apetite para correr riscos e colocaram um porcentual cada vez maior de seu patrimônio em ações. Acabaram entrando de cabeça até no lançamento de empresas de internet e fazendo operações com prazos cada vez mais curtos.

O oposto ocorre no efeito "picada de cobra". Um lavrador que foi atacado por cobra costuma ficar muito mais cauteloso. Um investidor que teve o azar de perder dinheiro no mercado acha que continuará sem sorte. Por isso evita assumir novos riscos e aceita vender na baixa.

Naturalmente, há exceções. Alguns azarados não suportam a derrota e assumem um comportamento radical. Eles querem empatar o jogo a qualquer custo. Começam a dobrar a aposta ou a procurar investimentos ainda mais arriscados na esperança de zerar os prejuízos. É o efeito "revanche". Perigosíssimo.

Resumindo: o efeito "dinheiro da banca" faz com que os investidores fiquem corajosos e se arrisquem mais. Assim, aceitam pagar cada vez mais caro e compram na alta. Mas quando as ações caem, sentem a "picada de cobra" e querem cair fora. Alguns aceitam humildemente e vendem na baixa. Outros tentam uma revanche, correndo ainda mais risco. No final, a maioria dos novatos compra na alta e vende na baixa. Infelizmente.

Quando muitos investidores são atingidos por esses problemas, todo o mercado pode ser afetado. Assim, criam-se bolhas que, depois, pelo efeito "picada de cobra", são estouradas em pânico.

O leitor pergunta

– Com o falecimento de meu marido, recebi R$ 250 mil. O gerente de meu banco sugeriu um PGBL. Seria uma boa opção? Tenho 65 anos.

– Não. PGBLs são úteis só para períodos longos, acima de dez anos. Se precisar do dinheiro antes, pagará IR sobre o capital investido. Sugiro fazer primeiro uma reserva de emergência em fundos DI com baixas taxas de administração. Depois, aplicar em CDBs de bancos de primeira linha ou em papéis do Tesouro Direto.

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