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Com a atual deterioração dos indicadores econômicos, e em especial a tendência de alta do desemprego e inflação, o consumidor reage naturalmente com uma postura de cautela no seu consumo, o que acaba alimentando um ciclo pessimista para toda economia. A Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC) apurou para o último mês de maio uma queda de 21,2% na intenção do consumo das famílias em relação a maio de 2014. O índice, que reflete a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), ficou em 96,4 pontos em maio último, e entrou na zona negativa (abaixo dos 100 pontos) pela primeira vez desde o início de sua série histórica em janeiro de 2010.

O índice é composto por quesitos como nível de consumo atual, perspectiva de consumo e momento para compra de bens duráveis, e nessa última apuração todos esses quesitos ficaram na zona negativa. Em especial o quesito de compra de bens duráveis sofreu queda de 36,6% na intenção de compra do consumidor. Nos quesitos relacionados a emprego atual e perspectiva profissional, ainda se observa índices na zona positiva (acima dos 100 pontos), mas com tendência de queda. Com isso, a instituição prevê um volume de vendas do varejo com retração de 0,4% para esse ano.

Paranaenses também seguram o consumo

Acompanhando a tendência nacional, a Fecomércio-PR apurou que houve queda de 22,87% na intensão de consumo das famílias paranaenses, que, porém, continuam na zona positiva, com índice de 105,9 pontos. Assim, o indicador paranaense está acima da média nacional, mas com queda mais acelerada, cuja tendência vem se observando através de quedas consecutivas desde novembro passado. No Paraná, a pesquisa mostra que a tendência de queda na intenção de consumo se dá tanto entre as famílias com renda até dez salários mínimos, como naquelas com renda acima desse patamar, o que mostra que todos estão colocando o pé no freio.

Pontos de destaque
  • Intenção de Consumo das Famílias (ICF) ficou na zona negativa pela primeira vez na série histórica.
  • CNC prevê retração de 0,4% no varejo brasileiro.
  • 68,6% dos entrevistados no Paraná acreditam que o consumo de suas famílias e da população em geral tende a ser menor nos próximos meses.
  • Dia dos Namorados deve ter retração nas vendas.

Menor consumo atual e futuro

Apesar do índice paranaense estar positivo, já observa três dos sete quesitos situados na zona negativa abaixo dos 100 pontos. O nível de consumo atual está em 82,4 pontos, e o resultado da pesquisa mostra que 45,6% dos entrevistados afirmam que a família está comprando menos do que no ano passado. O impacto do desempenho ruim da economia foi sentido de maneira forte nas classes C, D e E, que possuem nível de consumo abaixo da média, com 80,7 pontos. Ao abordar o consumo futuro parece pior ainda, pois a perspectiva de consumo marcou amargos 53 pontos no ICF, pois nada menos que 68,6% dos entrevistados acreditam que o consumo de suas famílias e da população em geral tende a ser menor nos próximos meses.

Criatividade para o Dia dos Namorados

A CNC ainda prevê quedas nas vendas do Dia dos Namorados pela primeira vez em 11 anos. Confirmada a expectativa, essa importante data para o varejo também ficará aquém do desempenho do ano anterior, como ocorreu com as outras importantes datas ocorridas até o momento. No ano passado, o Dia dos Namorados havia apurado alta de 4,4% nas vendas, e para esse ano prevê queda de 0,1%.

Sandro Gomes é sócio-diretor da CrossVision – Consultoria e Assessoria em Gestão de Negócios e Marketing

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