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O longo ano de 2015 trouxe recessão e desemprego, e um gosto amargo em aumento da inflação e de imposto, regados a escândalos de corrupção nunca antes vistos na história desse país. Isso apenas nos faz perguntar: Para quê pagar tanto imposto? Para isso? Como se não bastasse, as famílias paranaenses estão entre as mais endividadas do país, o que impacta diretamente no consumo previsto para esse Natal. Segundo pesquisa da Fecomércio-PR (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná), os paranaenses planejam presentear menos nesse Natal. Para esse ano são 77% dos paranaenses que tem a intenção de presentear, contra 91% do Natal passado. Juntando o endividamento e a inadimplência aos ingredientes já citados, o Papai Noel deve vir na versão light nesse ano.

Ouro, incenso e mirra

Um hábito tão arraigado em nossa cultura também sofre com a grave crise econômica. Mas a vontade de dar presente sempre alimenta a esperança de que pode haver uma virada de última hora. Nesse ano os gastos até 200 reais com presentes estão nas mentes de 56% dos consumidores, contra 41% no ano passado. Então é natural esperar compras mais magras e de itens mais baratos, o que não deixa de ser uma dica para o comércio. Além disso, pretende-se presentear menos pessoas. A intenção é presentear até cinco pessoas para 79% dos paranaenses, enquanto esse número ficava em 64% no ano passado. O número de generosos, que querem presentear mais de dez pessoas caiu a menos da metade, de 7% em 2014 para 3% nesse ano. O pagamento à vista será a preferência de 59%, quase o mesmo do ano passado (62%), mas o interessante é que há um aumento na intenção de uso do cartão de crédito parcelado, de 18 para 27%, mostrando que não há dinheiro para as compras, mas que a vontade de dar presentes fala mais alto.

Endividamento e inadimplência

Segundo a última PEIC (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) divulgada pela Fecomércio-PR referente a outubro, são 85,7% os paranaenses que possuem algum tipo de dívida, sendo que 27,3% estão com contas em atraso e 10,9% declaram não ter condições de pagar. Apesar de elevado, o número de endividados teve uma redução em outubro frente a setembro, mostrando o esforço em honrar os compromissos para não ser corroído por juros desumanos. A principal dívida é a de cartão de crédito, correspondendo a 67,5%, o que é muito preocupante para o consumo, e mesmo para a estabilidade econômica das famílias. Seus altíssimos níveis de juros são possíveis apenas em países que não prezam pela sua população, e cujos órgãos reguladores estão entregues aos seus próprios apetites.

Quanto ao nível de endividamento, a pesquisa mostra um aumento no número de pessoas que se considera muito endividada, que nesse ano são 26,3% contra 24,5% no ano passado.

Intenção de consumo das famílias

A Fecomércio-PR também divulgou os dados de outubro para a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), que vem mostrando uma recuperação, após um ciclo de dez meses de queda vertiginosa. Em novembro de 2014 o índice estava em 135,3, chegando no fundo do poço em agosto último com 88,8 pontos (abaixo de 100 pontos indica uma insatisfação dos consumidores). Em setembro e outubro observou elevações, indo para 89,1 e 93,7 pontos respectivamente. Ainda estão abaixo de 100 pontos, mas de qualquer forma é uma recuperação.

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