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Atualmente há um questionamento mais recorrente a respeito da cultura workaholic (viciados em trabalho), que se estabeleceu nos ambientes corporativos. O workaholic justifica seu comportamento por ser apaixonado pelo que faz, para garantir mais produtividade, ou ainda para ser bem visto em seu ambiente de trabalho. Quem já não ouviu aquela pergunta – “está desmotivado?” – ao sair do trabalho no horário previsto? Usualmente acredita-se que, quanto mais horas trabalhadas, maior será a produtividade de uma pessoa. Mas será que é assim?

Menos pode ser mais.

Segundo levantamentos da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), em parceria com a empresa de tecnologia PGi, a relação entre horas trabalhadas e produtividade tem um ponto de equilíbrio. Não necessariamente haverá aumento de produtividade com a maior permanência no trabalho. A produtividade média observada entre os países membros da OCDE é de US$ 44 por hora, obtido através da relação entre o Produto Interno Bruto (PIB) do país e as horas anuais trabalhadas, considerando uma média de 1.750 horas trabalhadas por ano por trabalhador nos países do grupo. A partir dessa média, foi possível observar que países como Alemanha e França possuem uma produtividade acima da média, com menos horas trabalhadas. Foram apurados cerca de 49 dólares de produtividade média nesses dois países para horas trabalhadas inferiores a 1,5 mil horas por ano por trabalhador. Já no México e Coreia do Sul, por exemplo, as produtividades ficam em US$ 14 e 26 respectivamente, com cargas horárias superiores a 2 mil horas por trabalhador por ano. Assim, o estudo aponta que a produtividade tente a aumentar, conforme o volume de horas anuais trabalhadas diminui, o que deve ocorrer como resultado de melhorias em processos e tecnologias.

Semanas menores

Ainda segundo o estudo, trabalhadores com menos horas de trabalho por semana são geralmente mais fiéis aos compromissos da empresa, e sofrem menos stress e doenças. Em países como Holanda, Dinamarca, Noruega, Irlanda, Alemanha e Suíça já se observam jornadas semanais de trabalho inferiores a 35 horas. Pelo alto nível da educação nesses países, é possível inferir que a produtividade por hora trabalhada tende a ser realmente melhor. Cada hora trabalhada carrega consigo um maior nível de inovação e valor intelectual. Isso não quer dizer que um indivíduo desses países seja mais inteligente ou capaz, mas que todos os processos e tecnologias utilizados em seu trabalho viabilizam uma maior produtividade. Além disso, a existência de multinacionais sediadas nesses países, que recebem parte dos lucros de suas subsidiárias espalhadas pelo mundo, também deve favorecer essa conta de PIB por hora trabalhada.

Para ser mais produtivo...

O que nos cabe fazer então? Com nossas jornadas ainda maiores, talvez possamos aproveitá-las melhor para não precisar levar trabalho para casa e nem atrasar compromissos. O estudo sugere um forte exercício de priorização de atividades e aconselha não começar uma atividade sem um plano definido, pois um dos grandes desperdiçadores de tempo é o retrabalho. Outra dica é equilibrar atividades de curto prazo, com aquelas de médio e longo prazo, que geralmente vão ficando para depois até se tornarem urgentes e feitas às pressas. Treinar pessoas para se tornarem mais capazes de fazer o trabalho como deve ser feito, e pedir ajuda também é algo importante. Por fim, o aconselha-se um tempo para você mesmo.

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