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Em Punch-Out!, Nintendo recupera um dos melhores jogos do falecido NES | Fotos: Divulgação
Em Punch-Out!, Nintendo recupera um dos melhores jogos do falecido NES| Foto: Fotos: Divulgação
  • Rockstar leva jogador para dentro da cena gay de Liberty City com nova expansão de GTA IV

Algumas obras nos levam a pensar em como seriam e se conseguiriam manter sua importância se fossem feitas em outros tempos e com outras tecnologias. Teria Diego Velázquez feito o retrato do Papa Inocêncio X se conhecesse a fotografia? Ou como seria o filme O Gabinete do Dr. Caligari, de Robert Wiene, se o diretor tivesse usado os recursos de efeitos especiais atuais? Teriam eles mantido o mesmo status de obra-prima ou o talento do artista seria maquiado pelos abundantes recursos disponíveis? Claro que nos casos acima tudo fica na teoria, já que os autores morreram e não puderam testar as novas formas de produção.

Uma sombra de resposta para tais questionamentos acabou surgindo no mundo dos videogames na última semana pelas mãos da Nintendo, quando chegou às lojas a nova versão do jogo de boxe Punch Out!, exclusivo para Wii. Talvez poucas áreas tenham enfrentado tantas mudanças tecnológicas em tão pouco tempo. Pense que há vinte anos a maioria dos jogos não possuía nem final. O extinto estilo "side-scrolling" – o personagem só vai para os lados – era um dos mais jogados e no qual apareceram as melhores franquias, como Mario e Megaman. Hoje, é quase impossível encontrar um game com esta jogabilidade. Não nos parece impossível imaginar que a evolução tecnológica tenha levada o incipiente Enduro, do longínquo Atari, até a última versão em alta resolução de Need for Speed. Mesmo assim são mudança radicais, já que os jogos de corrida modernos pouco lembram seus precursores.

Aí entra a empresa do Mario Bros. Em 1987, um jogo de luta arrebatou milhares de fãs pelo mundo com uma jogabilidade extremamente precisa e com bom humor. Os gráficos de Punch Out! eram simples. O jogador não podia se mover na tela e muito menos explorar os cenários. Basicamente se olhava o personagem em terceira pessoa e de costas. Os botões combinados transformavam-se em socos cruzados, diretos e esquivas de defesa. Para vencer os oponentes, sempre extremamente caricatos, era preciso concentração para decorar a sequência dos golpes. Mesmo com o sucesso excepcional - até hoje figura nas listas dos melhores jogos já feitos - não criou escola.

No "remake" de Puch Out!, a Nintendo conseguiu manter tudo o que fazia o original ser especial. A jogabilidade, com pequenas mudanças para ser usada com os sensores de movimento do Wii, continua precisa, rápida e fácil. A direção de arte é exatamente a mesma só que reconstruída para as novas resoluções. A música é apenas uma trilha sonora para passar desapercebida. E os inimigos continuam engraçados.

No melhor estilo Rocky Balboa, o jovem lutador Little Mac precisa enfrentar uma série de lutadores para conquistar o título mundial de boxe. Há opções de treino para facilitar a vida dos jogadores mais novos. A primeira etapa é chegar ao topo do ranking. Depois de levar o cinturão, o jogador precisará defender o título contra os mesmo 13 adversários, mas com um grau de dificuldade maior. De novidade apenas um modo multiplayer off-line para partidas com dois jogadores. No mais é tudo igual, o que é uma das melhores qualidades do lançamento.

É possível dizer que a nova versão consegue ser tão necessária quanto a primeira. A Nintendo nos mostra que uma fórmula antiga pode ser tão boa e refrescante quanto os tais "jogos revolucionários" que infestam a atual geração, leia-se Wii Fit, Wii Sports ou No More Heroes. Puch Out! não era apenas um jogo bom para NES, assim como não é para o Wii. É uma obra-prima dos videogames independentemente da plataforma ou da geração tecnológica.

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GTA sai do armário

Um dos jogos de maior sucesso da história e reconhecido por causar polêmicos, Grand Theft Auto IV receberá mais um pacote de expansão até o final do ano. Segundo a produtora Rockstar Games, o jogador controlará o personagem Luis Lopez, integrante de uma quadrilha liderada por um empresário ligado à cena gay de Liberty City, cidade em que se passa a história, e terá que "lidar com a lealdade de parentes e amigos, e também com a incerteza sobre quem é sincero ou não em mundo no qual todos têm um preço". O enredo de The Ballad of Gay Tony, ainda de acordo com a empresa, valorizará as "aventuras e o luxo da noite". O novo capítulo deverá ser vendido por US$ 19,99 e será exclusivo para o Xbox 360. Já o pacote que incluirá também a primeira expansão, The Lost and Damned, custará US$ 39,90 e dispensará o uso do game original para jogar.

Trilogia do espaço

A Nintendo prepara para agosto o lançamento de um pacote especial de uma de suas maiores franquias. "Metroid Prime Trilogy" reunirá os três mais recentes jogos da série protagonizada pela caçadora de recompensas Samus Aran, os dois primeiros lançados inicialmente para o Gamecube. Os episódios, que estarão juntos em apenas um disco DVD, tiverem a jogabilidade modificada para os controles Wii Remote e Nunchuk. Outras melhorias são: aprimoramentos gráficos, modo widescreen e inclusão do sistema de recompensas, que liberam extras. O preço sugerido de lançamento é de US$ 49,99 no mercado norte-americano.

Viciados em gráficos

Pesquisa publicada recentemente pela empresa de estudo Net-Asia revelou que 28% dos japoneses com idade entre 10 e 40 anos e que tem um videogame em casa escolheram a plataforma Wii para jogar. Somente 4,3% possuem apenas um PS3 e 5,6% têm os dois. Não foram divulgados os números do Xbox 360. O estudo ajuda a comprovar o que se especulava: os donos do console da Sony gostam de jogar sozinhos (77%) e compraram videogames por causa do apelo dos jogos (81%) e dos gráficos em alta definição (65%). Já os consumidores da Nintendo afirmam que preferem jogar com a família (78%) e consideram que o Wii promove a saúde.

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