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Game de tiro Boderlands: R$ 13 na Steam e R$ 230 no Brasil | Reprodução
Game de tiro Boderlands: R$ 13 na Steam e R$ 230 no Brasil| Foto: Reprodução

Aos poucos, a vida do ga­­mer brasileiro vai fi­­can­­do mais fácil. Há al­­guns anos, as principais reclamações dos jogadores eram o alto preço e a pouca dis­po­­­nibilidade. Conseguir colocar as mãos em um lançamento consistia numa árdua tarefa que en­­volvia ter um cartão de crédito in­­ternacional, ser cadastrado em alguma loja estrangeira e torcer para que o jogo não se perdesse ao atravessar continentes. O preço continuava altíssimo, se in­­cluí­­do os impostos e o frete. Mes­­mo assim, era mais barato do que comprar pelas vias oficias. As agru­­ras eram ainda maiores an­­tes da popularização da internet. Quem perdia boas horas do dia com videogames nas décadas de 80 e 90 sabe como era incomum encontrar um amigo que tivesse mais de três cartuchos. O jeito era apelar apara o escambo ou im­­plorar para que algum parente abrisse um espaço nas malas durante uma viagem para fora.

O descaso com o mercado brasileiro que impedia um consumo justo acabou levando a uma explosão da pirataria no Brasil. A pirataria, em consequência, afastou as grandes produtoras do mercado local. Um círculo vicioso que ainda afeta em muito a vida dos brasileiros. As chegadas oficiais da Nintendo, Microsoft e Sony ainda estão dando seus primeiros passos que apontam para um futuro promissor.

Com o avanço da banda larga, houve nos últimos cinco anos uma explosão de distribuição de conteúdo. O Youtube mostrou a todos que a internet já tinha capacidade para entregar conteúdos que necessitavam de uma boa conexão. Isso também levou o consumidor a aumentar seu contrato com as telefônicas para poder assistir aos vídeos sem gargalos. O aumento na demanda reduziu custos e acabou criando um novo mercado que já nasceu forte: as lojas on-line de distribuição de games. Com uma conexão de 1 Mbps (que deve custar R$ 35 nos próximos meses, como prevê o Plano Nacional de Banda Larga) um jogo de 10 gigabytes, considerado grande para os padrões atuais, leva poucas horas para ser baixado no computador ou no videogame. No atual cenário, o fator logística foi completamente superado. Um brasileiro poderá jogar um lançamento exatamente na mesma hora que os americanos. Mas e os preços? Essa é a melhor parte.

Venho reforçando em várias colunas a vantagem em se comprar jogos sob demanda, abolindo de vez as mídias físicas, como já foi feito com a música. A maioria dos jogos hoje é oferecida nos dois formatos. E há ainda aqueles que são exclusivos das lojas on-line, como o excelente Limbo. O exemplo de Portal 2 é emblemático. Quem fez a compra antecipada pela loja Steam pagou cerca de R$ 70.

Nas lojas brasileiras o mesmo jogo custava, na semana passada, aproximadamente R$ 180 (pesquisa realizada nos maiores lojas de varejo). Sempre lembrando que quem pagou menos pôde jogar com muitos dias de antecedência. A grande diferença de preços em parte é explicada pela incompetência de parte da classe política.

Não duvido que assim que notarem o tamanho da movimentação financeira resultante dessas transações muitas barreiras serão criados e os preços poderão se equiparar. Para cima, claro.

Quando se fala em distribuição digital normalmente a Steam rouba a atenção. Avaliada pela Forbes como uma das empresas mais valiosas do mundo, na frente até da Apple, a loja é conhecida por ser bem agressiva na política de preços.

Enquanto as concorrentes Games for Windows e a Di­­rect2­Drive ainda patinam em quantidade, a Steam, com um vasto catálogo, investe em promoções realmente interessantes, outra novidade para o mercado brasileiro. A mais recente das promoções deve durar quase todo o verão no Hemisfério Norte, período em que coincide com as férias escolares nos países ricos. O brasileiro pode aproveitar para pegar aquele jogo que estava na lista por um preço módico. O game de tiro Boderlands custava R$ 13 na Steam enquanto poderia ser encontrado por até R$ 230 no Brasil. Outro exemplo é Oblivion, disponível por R$ 10 (o mesmo preço dos piratas). É melhor parar de comparar com as lojas brasileiras.

E se espaço no disco rígido não for um impeditivo, há ainda as promoções de catálogos. Num deles, a produtora Valve oferece 24 jogos (há algumas expansões no meio) por R$ 80. Entre eles Portal 2, Team Fortress e Left for Dead 2. A vida do gamer pode es­­tar ficando mais fácil para adquirir seus desejos de consumo. O problema vai ser achar tempo para jogar tudo isso.

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