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DICAS

-Se você é motivo de chacotas entre seus colegas, chame-os para uma conversa e explane sua insatisfação;

-Se a conversa não surtir efeitos, vá até o superior do profissional em questão e peça auxílio;

-Caso, mesmo assim, não consiga resultados, posicione-se de forma mais séria. Pode funcionar;

-Aliás, dê-se ao respeito. Se você mesmo não agir de forma coesa, como poderá exigir isso das pessoas que estão ao seu redor?!

Confesso que o tema Assédio Moral polemiza um pouco as rodas de conversa, pois há divergências sobre o que pode e o que não pode ser considerado, de fato, um assédio. Exatamente por isso prefiro me restringir ao que vi ao longo de anos de dedicação aos recursos humanos, baseando minha opinião sobre esse assunto nas experiências que adquiri ao longo desse tempo. Afinal, não pretendo expor a lei que rege tal assunto, mesmo porque acredito que nem sempre conhecer cláusula por cláusula de uma lei garante a não execução de um ato ilegal. Porém, quem sabe isso pode ser amenizado se conhecermos os possíveis motivos pelos quais um profissional se sente no direito de atentar contra a moral de um colega de trabalho. Aliás, antes de mais nada, preciso expor o que penso sobre assédio moral. Na minha opinião, trata-se de qualquer tipo de humilhação, constrangimento ou situação que vá contra a dignidade do indivíduo. Normal­mente se dá de posições hierarquicamente mais elevadas para baixo e em ações repetidas. Dificilmente um constrangimento é considerado um assédio se ele ocorrer uma única vez. Normalmente, são gestos, comportamentos ou atitudes realizados repetidamente contra um mesmo indivíduo. Esses atos, geralmente, são utilizados para desqualificar o profissional de alguma maneira, e fazê-lo se sentir desmoralizado. É uma forma de abusar do poder que se tem sobre um profissional, como forma de coagi-lo a fazer determinadas coisas/tarefas.

Imagino que um dos principais motivadores do assédio moral dentro de uma empresa é o cenário organizacional em que está inserido o indivíduo em questão. A partir do momento em que a empresa permite certas atitudes e não se importa em verificar frequentemente a qualidade dos relacionamentos recorrentes ali, ela, de certa forma, permite que alguns comportamentos ocorram. Aliás, ela se torna conivente com a situação quando deixa que circunstâncias de desigualdade ocorram, sem nada fazer para mudar isso.

A banalização do sentimento humano também é um causador em potencial. Na coluna Talento em Pauta de domingo contei a história de uma jovem que pediu demissão por causa de um colega que sempre fazia brincadeiras com ela. A princípio, ninguém via aquilo como uma forma de desmoralizá-la, mas, surpreendentemente, aquilo tudo mexia com seus sentimentos. À medida que ninguém fazia nada, sua angústia só ia aumentando e seu descontentamento em trabalhar ali foi se expandindo pouquinho a pouquinho.

Esse caso foi só mais um no meio de muitos. Por mais que passemos a maior parte do nosso dia ao lado dos nossos colegas de trabalho, muitas vezes não os conhecemos tão profundamente a ponto de saber o que faz e o que não os faz tristes. Tente pensar só um pouquinho e puxe da sua memória aquela vez que você, sem querer, ofendeu seu estagiário, pois não soube dizer a ele que a sua conduta não era adequada. Ou então aquela vez que seu chefe não soube lhe dizer com delicadeza que o seu trabalho não estava a contento. Tenho certeza que se pensar por cinco minutinhos a respeito, lembrará de inúmeras situações suas ou de colegas que poderiam ser consideradas assédio moral. Mas, pelo fato de elas não serem constantes, raramente foram intituladas como tal.

A diferença entre essas situações que você se lembrou com as que foram parar em pilhas e mais pilhas de processos indenizatórios, é a frequência ou gravidade que cada uma ocorre. Acredito que boa parte dos comportamentos hostis dentro da empresa poderiam ser evitados se o clima organizacional fosse readequado com premissas de respeito. A insegurança dos profissionais que, normalmente, fazem esse tipo de coisa poderia ser cessada se os pingos fossem corretamente colocados nos i's.

Por isso, convido você para uma reflexão sobre a forma com que vem tratando seus colegas de trabalho. Relacionamentos são difíceis e no ambiente de trabalho, onde vários interesses estão interligados, isso se expande exponencialmente. Não trate seu vizinho de mesa mal, simplesmente por estar de mau humor. Isso pode lhe custar um processo por danos morais. E, convenhamos, por que tornar ruim o ambiente que você precisa frequentar todos os dias?

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Teste

Será que suas atitudes com as pessoas da empresa podem passar dos limites? Reflita sobre as afirmações abaixo e sinalize aquelas nas quais você se viu agindo de forma semelhante.

1. ( ) Costuma fazer piadas relacionadas às características pessoais (físicas, comportamentais, sexo, religião, entre outros).

2. ( ) Você pede constantemente que lhe entreguem trabalhos com urgência apenas para atender ao seu ritmo.

3. ( ) Quando um colaborador solicita autorização para ir ao médico, você tende a negar ou a investigar com detalhes para se certificar se ele está dizendo a verdade.

4. ( ) Ao se irritar com um colega (ou colaborador), você perde o controle a ponto de gritar, ou até mesmo usar palavras ofensivas.

5. ( ) Quando um colaborador/colega lhe entrega um trabalho, sua tendência é procurar os erros, destacando-os para que ele corrija.

6. ( ) Um projeto de sua responsabilidade dá errado. Você culpa as pessoas da sua equipe pelo insucesso.

7. ( ) Você cobra resultados de qualidade de seus colaboradores, mas não fornece todas as diretrizes e/ou infraestrutura necessárias para que eles realizem o seu trabalho.

8. ( ) Você muda as normas/procedimentos da sua área de acordo com o que você acha mais adequado sem consultar os demais.

9. ( ) Você trata muito bem o seu chefe, mas não consegue ter o mesmo tratamento com sua equipe.

10. ( ) Você chega à empresa e não cumprimenta as pessoas de sua equipe. Se você se viu na maioria das afirmações, reflita com que frequência isso ocorre. Suas atitudes podem ser prejudiciais às pessoas que trabalham com você. Fique atento!

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