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Muitos profissionais sonham em passar um tempo das suas carreiras no exterior ou mesmo em serem expatriados pela empresa e morar fora do país. Entretanto, muitos também não sabem o que pode acontecer depois que essa escolha é feita. Hoje, em especial, citarei alguns casos reais que expõem o que pode acontecer quando optamos por seguir esse caminho.

Caso 1: Expectativa de um upgrade na carreira

Na semana passada, contei a história de quando recusei uma proposta de trabalho internacional e decidi ficar com a minha família. Com a minha recusa, essa proposta foi oferecida a outro gerente, que aceitou o convite. Na época, ele pensou que passaria um pequeno período lá fora e, quando voltasse, teria um cargo maior. Entretanto, não foi o que aconteceu. Após quatro anos vivendo na Inglaterra, ele retornou ao Brasil com o mesmo cargo que tinha na época da transferência: de gerente. Ou seja, a tão sonhada posição diretiva não chegou.

Muitas vezes pensamos que aceitar uma proposta como essa será sinônimo de crescimento profissional. Isso depende muito do trabalho que a pessoa realizava, das experiências e conhecimentos que esse profissional ganhou e até mesmo da proficiência no idioma requisitado.

Caso 2: Impossibilidade de retornar ao Brasil

Aproximadamente 18 anos atrás recebi um funcionário do setor automobilístico para conversar. Como muitos profissionais, ele também estava hesitante em aceitar uma proposta de transferência para o exterior e me pediu um conselho, já que não tinha a intenção de morar permanentemente em outro país. Antes de qualquer coisa, disse-lhe que estipulasse uma data de retorno com a empresa, e que isso deveria constar em seu contrato de trabalho. Em seguida, enumeramos as vantagens e desvantagens dessa escolha, e percebemos que aceitar a proposta era a melhor opção. Foi o que ele fez. Entretanto, não seguiu o meu conselho de estipular uma data de volta, o que é comum nessas transições.

Após oito anos trabalhando na Suíça, este funcionário desejava retornar ao Brasil. No entanto, a empresa não possuía nenhuma vaga que permitisse seu retorno. Dessa forma, sem nenhuma perspectiva de voltar ao Brasil, ele decidiu se desligar da empresa, com esperança de encontrar uma nova oportunidade assim que retornasse.

Encontrei com ele algum tempo depois de seu retorno e a primeira frase que me disse foi que um de seus maiores erros durante a decisão foi não ter seguido estipulado a data de retorno, mas que, apesar disso, pôde vivenciar em uma cultura. Pouco tempo depois de retornar ao Brasil, teve a sorte de encontrar uma oportunidade condizente à última posição exercida.

Caso 3: Não encontrar cargo equivalente no Brasil

Leonardo sempre foi um excelente profissional. Aos 24 anos já era gerente de Supply Chain de uma multinacional no Brasil. Atualmente, ele é diretor de logística da mesma empresa em toda a Europa. Apesar da bela promoção, Leonardo também desejou retornar ao Brasil, entretanto, não havia nenhum cargo disponível no Brasil que se equiparasse à sua posição. Dessa maneira, para garantir sua estabilidade financeira, ele optou por permanecer na empresa e não sabe quando poderá voltar ao país de origem.

Caso 4: Experiência impulsionadora

Muitos dos profissionais que se formam na área da saúde pensam em fazer a diferença com o exercício da sua profissão. Com Laura não foi diferente. Logo que se formou, decidiu ir trabalhar em um país que geralmente não está na lista dos países mais procurados para esse tipo de experiência, que é a Angola. Nesse país, vivenciou situações de grande dificuldade, em que teve de agir com poucos recursos e diante de muitos riscos. Circunstâncias que acrescentaram uma bagagem profissional incomparável à Laura, que permaneceu por três anos lá.

Após ter retornado ao Brasil, Laura passou por algumas promoções e hoje é diretora de um dos maiores hospitais do país. Sem dúvida, essa experiência na Angola refletiu positivamente em sua carreira e no seu modo de gerir.

Possuir uma experiência profissional é um grande diferencial no currículo. Porém, isso pode não sair da maneira que o profissional esperava. Tudo depende do tipo de experiência vivenciada, da capacidade de entrega do profissional e de sua adaptação com cultura e idioma. Por isso, quando uma oportunidade como essa aparecer em sua carreira, aproveite para ampliar seus horizontes, conhecer e se envolver com a nova cultura. A possibilidade de adquirir uma bagagem profissional mais rica e uma melhor visão estratégica certamente abrirá muitos caminhos para o sucesso e/ou a satisfação profissional – dentro ou fora do país de origem. Na coluna talento em pauta desta terça-feira falaremos um pouco mais sobre carreira internacional. Até lá!

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