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É sexta-feira, você teve uma ótima noite de sono, então abre a janela e lá fora há um lindo dia. Aparentemente, nada pode estragar a sua manhã. Eis que você chega ao trabalho e aquele colega "agradável" te liga aos berros por conta de um pequeno erro no relatório e o dia, pelo menos para você, muda da água para o vinho.

Cedo ou tarde encontraremos pessoas desagradáveis em nosso trabalho, porém, conforme o tempo passa, comportamentos hostis e agressivos nesse ambiente são menos tolerados. Não importa o nível de competência do profissional quando não há educação. Entretanto, durante a vida temos que aprender a lidar com essas pessoas, pois elas, gostando ou não, esbarram em nossos caminhos. Eu, particularmente, conheci vários profissionais assim, mas de um deles me lembro com maior nitidez, pois era um caso fora do convencional.

Mário era chefe do departamento de vendas de uma empresa em que trabalhei quando era jovem. Não tive muito contato com ele, porém presenciei diversas vezes as suas "explosões" com seus funcionários, cuja maioria não aguentava mais de seis meses sob sua gestão.

Como dizem, Mário tinha um "gênio forte" – forte até demais. Se alguém lhe dissesse qualquer coisa que soasse como crítica, ele primeiro ficava vermelho. Em seguida, perdia a cabeça, levantava o tom de voz e usava palavras de baixo calão. Podia ser homem ou mulher, jovem ou maduro. Ninguém escapava de suas grosserias sem medidas. Não era raro ver mulheres aos prantos e pessoas reclamando que não admitiam ser tratadas daquela maneira – e, cá entre nós, elas tinham toda a razão.

Porém, de todas as histórias envolvendo o temperamental Mário, acredito que a mais chocante foi uma em que a discussão atingiu o nível físico. Ele insultou um de seus funcionários e este, indignado com tamanha falta de respeito, deu um soco no chefe. Resumindo a ópera, os dois acabaram, literalmente, rolando no chão, entre tapas e socos.

O mais incrível dessa história é que nem Mario demitiu seu funcionário e nem este pediu a demissão – o que me leva a crer que ambos sentiam-se, mesmo que minimamente, culpados pelo acontecido.

Se essa história tivesse acontecido hoje em dia, provavelmente não teria o mesmo final. Acredito que Mário já teria sido demitido muito antes da situação chegar a tal ponto – por melhor e mais culto que fosse como profissional –, e também estaria com alguns processos nas costas.

O problema de um colega, chefe ou subordinado com esse perfil agressivo é a criação de um clima organizacional pesado, que gera temor no restante da equipe. Porém, além dos males que essas pessoas provocam à empresa, elas também se autoboicotam. Afinal, a equipe ao seu redor, como tem medo de ouvir "poucas e boas", acaba falando apenas aquilo que a pessoa deseja ouvir. Portanto, o profissional com esse perfil não consegue corrigir suas falhas – tanto por falta de feedbacks, quanto por dificuldades em fazer uma autocrítica. O resultado disso é uma pessoa indesejada por seus colegas e cuja perspectiva de crescimento como pessoa e profissional é muito pequena.

Se você convive com alguém assim, não deixe de ler o artigo de terça-feira para conferir dicas de como lidar com os profissionais "de pavio curto". Até lá!

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