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"Nasci e morei em São Paulo. Depois, fui para Goiânia e Curitiba, cidade que adotei para viver. Em São Paulo, morei até os 6 anos de idade. Lá meus pais tinham uma empresa de materiais de construção. Meu pai, que era contador, sempre me falava de suas experiências como empresário. Por isso, desde cedo busquei inspiração em nossa empresa. Minhas brincadeiras, por exemplo, já envolviam dinheiro – assim aprendi a comprar, vender, poupar. Nelas, lembro que eu tinha que fazer uma espécie de matemática de iniciante: como eu ainda não sabia escrever, minha mãe fazia uma brincadeira de anotar os objetos da minha compra e venda em um caderno.

No encontro com minhas lembranças, tenho em mente minha primeira experiência como empreendedora mirim, aos 8 anos. Eu levava meu lanche para a escola: um pão com doce de abóbora e nata, tudo feito em casa – era uma delícia! Como minhas amigas sempre me pediam uma mordida, sobrava muito pouco do meu lanche. Então, resolvi vender os pães. Inicialmente levava quatro deles, mas uma vez cheguei até a levar dez. Foi um sucesso na época, mas a diretora pediu que eu parasse meu negócio.

Em meu primeiro emprego trabalhei como professora. Mas meu objetivo era trabalhar em um banco. Por isso, em 1989 comecei no cargo de contínua em um banco bastante conhecido. Em 15 dias, passei a caixa executiva da instituição. Mas na verdade vislumbrava a área de seguros, que era mais rentável. Naquele ano, eu pretendia entrar na faculdade. Era a fase do Plano Collor. Então vieram as dificuldades, que exigiram que eu fosse criativa e buscasse uma saída na produção de bolachas e doces caseiros, com os quais abastecia alguns cafés da cidade.

Em 1993 entrei para a faculdade, cursando Ciências Contábeis. Meu objetivo era aprender, ampliar meus conhecimentos e ganhar experiência no mercado de trabalho fazendo vários estágios em escritórios de contabilidade. Um dos estágios que fiz – uma experiência fantástica – foi em uma instituição nacional, no setor de atendimento ao cliente. Ali eu me encantei com a diversidade de negócios ao alcance do ser humano e com sua capacidade e criatividade. Meu trabalho era identificar as necessidades do cliente, orientar e direcionar pesquisas.

De uma forma que considerei injusta, fui desligada do estágio. Então, continuei minha busca profissional. Passados alguns anos, me dirigi novamente à instituição para fazer uma pesquisa profissional. Foi quando fui convidada a voltar a trabalhar. No entanto, apenas agradeci a oportunidade, pois já estava vivendo outra etapa da minha vida, em uma assessoria contábil própria. A propósito, a idéia de montar o escritório surgiu porque minha irmã e sócia, também graduada em Ciências Contábeis, no dia da sua formatura – uma sexta-feira – recebeu de "presente" a carta de demissão do escritório onde trabalhava. Esse momento foi decisório em nossa vida, mas preferi encará-lo como uma oportunidade.

Iniciamos o negócio em casa, fazendo alguns trabalhos de contabilidade para amigos. Na seqüência alugamos uma sala, onde ficamos seis anos. Investimos em capacitação, qualidade profissional, seleção de clientes e negócios, formando uma carteira de clientes, pessoas físicas e jurídicas, que possibilitou a aquisição de nossa sede própria. Hoje nossa empresa presta serviços a clientes de diferentes portes e segmentos. A maior dificuldade que encontramos em nossa profissão é a morosidade de alguns órgãos públicos e o descaso destes com as pessoas que dependem de seu atendimento.

Nosso escritório também disponibiliza notícias diárias em um site voltado para nossos clientes. Para me manter atualizada e alimentar minha network, participo de algumas entidades de classe. Fiz especialização em Consultoria Empresarial, Mediação e Arbitragem e agora me preparo para um mestrado no próximo ano. Se eu pudesse voltar no tempo, faria tudo outra vez, pois desenvolvi o empreendedorismo já na infância, com o apoio de meus pais." (Relato de uma leitora)

Algumas pessoas nascem com a habilidade para fazer negócios, para empreender, e outras desenvolvem essa característica durante a vida, no decorrer de sua carreira. Para esse segundo grupo de indivíduos, a ajuda dos pais é necessária, pois os estimula desde cedo a agir de forma dinâmica e voltada para resultados práticos. Mesmo as brincadeiras de criança podem ser fonte de ensino para o mundo profissional, que será um desafio inevitável para qualquer menino ou menina. Ou seja, os pais têm a oportunidade de direcionar, na infância, não somente os valores morais e éticos de seus filhos, mas também os caminhos profissionais dos futuros empreendedores.

Resposta do leitor

Há quatro edições, esta coluna pediu a seus leitores que enviassem nomes de arquitetos negros que têm ou tiveram destaque no cenário nacional. Em resposta a essa solicitação, o leitor Rokson Hagemann nos enviou um e-mail falando sobre Luiz Alberto de Souza, professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Regional de Blumenau (SC). Já Estácio Söthe, outro leitor da coluna, lembrou-nos dos irmãos Antônio e André Rebouças, que fizeram carreira em um campo irmão da Arquitetura, a Engenharia Civil. A Capital Humano agradece Rokson e Estácio pela colaboração.

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Esta coluna é publicada todos os domingos. O espaço é destinado a empresas que queiram divulgar suas ações na gestão de pessoas e projetos na área social, bem como àquelas que queiram dividir suas experiências profissionais. A publicação é gratuita. As histórias publicadas são baseadas em fatos reais. O autor, no entanto, reserva-se o direito de acrescentar a elas elementos ficcionais com o intuito de enriquecê-las. Contato: coluna@circulodoemprego.com.br, ou (41)3352-0110. Currículos: cv@debernt.com.br

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