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Faço palestras frequentemente, chegando, às vezes, a ministrar duas ou, até, três apresentações por dia. E, não nego, se não fosse a minha facilidade de falar em público, isso definitivamente, não daria certo. Mas o que considero mais importante nessa história é a facilidade em escolher as palavras certas para me reportar aos meus clientes e funcionários com maior assertividade.

O que, infelizmente, não ocorria com Pedro. Diretor de operações de um grupo farmacêutico, o executivo vivia a mil por hora resolvendo todas as questões operacionais, claro, da empresa. Era um profissional gabaritado, com boa exposição no mercado e benquisto pelos CEOs das concorrentes. Frequentemente, inclusive, era chamado para receber prêmios em nome da empresa, tamanho era o sucesso de seu trabalho.

Porém, curiosamente, apesar de frequentar eventos com periodicidade e ter que comandar reuniões diariamente, sempre que precisava enfrentar públicos acima de dez pessoas, titubeava e travava, chegando, muitas vezes, a não saber mais o que fazer e dizer. Se não fosse tão trágico, diria que todo esse constrangimento pudesse ser cômico, afinal, para públicos inferiores a dez pessoas, tudo ia às mil maravilhas.

Antes de assumir a posição de diretor, esse problema não era tão evidente. Porém, pouco mais de cinco meses após sua posse, os funcionários dele começaram a observar sua fraqueza. Uns se tornavam condescendentes e tentavam ajudá-lo, fazendo com que se sentisse mais à vontade antes das apresentações. Porém, os mais zombeteiros faziam piadinhas de mau gosto, gozavam de seu suador e o apelidavam com nomes bizarros, que faziam alusão à fragilidade, incompetência e despreparo.

E, como se não bastasse, junto com a nova posição vieram convites para palestras e entrevistas em TV e Rádio. Pedro passou, é claro, por treinamentos de mídia, onde recebeu valiosas dicas de como se comportar em público, o que fazer e o que não fazer perante as câmeras e outra infinidade de artifícios. Em primeira instância resolveu, pelo menos, em suas participações na mídia. Porém, a cada convite de palestra que aparecia, Pedro se desesperava mais e mais. E, como já era de se esperar, logo os reflexos foram parar em seu desempenho como Diretor. Ao perceber que sua imagem com os subordinados estava manchada, sua coragem em enfrentar o público se esvaía gradativamente.

Como resultado, as reuniões que Pedro marcava perdiam o foco, seus funcionários não o respeitavam mais e os clientes perdiam a confiança no trabalho realizado pela empresa. Foi aí que ele me procurou, gritando por socorro, praticamente. Infelizmente, habilidade em falar em público tem muito mais a ver com a natureza do indivíduo. Porém, conheço excelentes oradores que antes não conseguiam falar nem num almoço em família. Por isso, a minha sugestão pra ele foi buscar algum curso de oratória, para, então, desenvolver tal habilidade.

Não foi um trabalho simples, pois timidez não é uma coisa que se transforma da noite para o dia. Mas os resultados vieram, a passos curtos, mas vieram. Aos poucos, sua credibilidade foi voltando e seus funcionários retomaram a confiança em Pedro. A assertividade na comunicação entre ele e clientes/fornecedores/funcionários foi aumentando e o resultado das mudanças foi aumento exponencial na qualidade do relacionamento com os demais.

Investir em cursos de habilidade em falar em público pode ser a solução para muitos problemas. Infelizmente, a timidez de algumas pessoas influencia no resultado profissional. É muito comum excelentes profissionais, com currículos maravilhosos e habilidades ímpares, passarem despercebidos pelo simples fato de não conseguirem mostrar ao mundo sua reais capacidades. Vender-se é fundamental para a sobrevivência no mercado competitivo, e o primeiro passo para isso é saber falar para o mundo quem você realmente é!

Mande sua história para coluna@debernt.com.br e me siga no twitter: www.twitter.com/bentschev.

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