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DICAS

- Entenda bem os seus direitos. Para brigar por eles, é preciso sabê-los;

- Jamais aceite fazer algo que vá contra seus princípios. Quando você abre mão disso, torna-se cúmplice dos erros alheios;

- Cuide de seu desenvolvimento profissional, para não ter de se submeter a qualquer cultura organizacional. Se não está satisfeito, esteja bom o suficiente para escolher, e não ter que ser escolhido;

- Quando for assediado sexual ou moralmente, coloque a boca no mundo. Passe por cima da vergonha em expor uma situação como essa e honre sua dignidade;

- Não se abra tanto com as pessoas que trabalham com você. Elas não têm o direito de ter acesso à sua vida privada, a não ser que você deixe que isso aconteça.

Diz-se que há muito tempo a abolição da escravatura faz parte da história do Brasil. Mas será que de fato não existe mais escravidão nos dias de hoje? Talvez aquelas práticas abusivas de chicotes, troncos e condições sub-humanas de trabalho e sobrevivência não existam mais, realmente. Porém, dependendo do ponto de vista que encararmos as situações, podemos identificar várias circunstâncias que nos remetem àquele tempo lamentável.

Aliás, lastimável é ver profissionais dignos, estudados e com talentos admiráveis sendo literalmente explorados por empresas que não possuem o mínimo de consideração com a ética e moral. Por mais que existam todos os direitos trabalhistas dos quais temos conhecimento, infelizmente ainda é muito possível encontrar profissionais tendo seus princípios e direitos afrontados pelos empregadores.

Pode parecer distante de nossa realidade, mas é muito comum profissionais receberem ameaças de demissões, mesmo que escondidas nas entrelinhas de diretrizes rígidas, se não cumprirem acordos muitas vezes antiéticos e que não condizem com seus valores. Venho batendo na tecla de que os colaboradores devem vestir a camisa da empresa e entender sua missão e visão, para poder compartilhar disso e fazer parte, de fato, desse time. Mas, até onde isso vai? Será que as empresas têm propostos tais missões e visões da forma correta? Será que elas mesmas fazem jus às palavras que enfeitam seus sites que pintam o mundo perfeito para se trabalhar?

Há muitas formas de se escravizar um profissional. Violar sua liberdade de possuir discrição em relação a sua vida pessoal, por exemplo, é uma delas. Tem muito chefe por aí que se acha no direito de perguntar coisas da vida privada de seus funcionários, sem perceber o quão inconvenientes são. Algumas perguntas chegam a ser tão íntimas, que, com medo do que pode acontecer se não responderem, alguns profissionais respondem, sentido-se lesados de uma maneira tão forte, como se tivessem recebido chicoteadas mesmo.Sem contar os assédios sexuais. Superiores que se aproveitam de suas posições para, através do medo imposto no profissional, conseguir ir além de um relacionamento estritamente profissional. É como se voltássemos à época em que os senhores de engenho deitavam-se com suas mucamas, sem ao menos perguntar se isso era do gosto delas ou não. Pergunto-me, às vezes, se, na verdade, algum dia isso deixou de ser uma realidade de nossa sociedade. E, infelizmente, concluo que a falta de punição é o maior causador para práticas como essas. Poucos são os colaboradores que superam o medo da exclusão para colocar a boca no mundo e brigar por seus direitos e sua dignidade.

Aliás, essa tal "escravidão" está em detalhes muitas vezes ignorados pela sociedade veloz, sedenta por trabalho que temos hoje. Quantos profissionais conhecemos que bancam uma postura de executivos, mas que estão presos a horários absurdos de trabalhos, precisando estar longes de suas famílias para atender à empresa em viagens intermináveis? Ou então, profissionais engravatados que passam a impressão de status e poder, mas que, na verdade, ganham salários absurdamente aquém do real valor que eles dão às empresas?

Se observarmos funções mais operacionais, então, aí sim identificaremos mais absurdos. Profissionais que precisam trabalhar o dia inteiro em pé, sem o mínimo de conforto possível e que muitas vezes lidam com o mau humor de chefes despreparados para exercer a função de líderes. Alguns, inclusive, perdem o direito a férias, repousos semanais, 13.º e outra série de benefícios que são do direito dos trabalhadores. Sem contar algumas categorias de trabalhadores que não possuem um sindicato eficiente, capaz de zelar por seus princípios. Com isso, submetem-se a salários abaixo dos pisos de suas categorias e abrem mão da carteira assinada para não se submeter a descontos em folhas, muitas vezes odiados, porém fundamentais para futuros direitos.

Infelizmente convivemos com leis falhas, que não respaldam os trabalhadores como deveriam. Ainda estamos longe da verdadeira carta de alforria. Na verdade, só a conquistaremos de fato quando cada colaborador lesado tiver peito de ir em busca do que é certo e colocar a boca no trombone para apontar o que não está de acordo com a ética e os bons costumes.

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TESTE

Será que sua empresa não está passando dos limites?

1. Sua empresa possui controle de horários rígidos, mesmo para diretores, não possibilitando que você resolva assuntos pessoais no horário comercial.

( ) SIM ( ) NÃO

2. O horário do cafezinho, que é um momento de relaxamento e descontração, foi banido de sua empresa.

( ) SIM ( ) NÃO

3. Os funcionários são proibidos de receber e-mails e telefonemas pessoais durante o expediente.

( ) SIM ( ) NÃO

4. A diferença entre o refeitório dos colaboradores e da diretoria é enorme em termos de conforto e qualidade.

( ) SIM ( ) NÃO

5. Os seus chefes constantemente solicitam para que você resolva situações pessoais dele que atrapalham no seu trabalho.

( ) SIM ( ) NÃO

6. Para realização de seu trabalho você não tem nenhuma autonomia para tomada de decisão. Você tem que solicitar autorização de seu chefe.

( ) SIM ( ) NÃO

7. Você tem medo (ou se sente pouco à vontade) de dar sua opinião sobre o trabalho, a empresa ou projetos em geral.

( ) SIM ( ) NÃO

8. É comum as pessoas da empresa receberam broncas em público, muitas delas até de forma ofensiva e grosseira.

( ) SIM ( ) NÃO

9. Se as pessoas forem flagradas "fofocando" (falando de assuntos não profissionais), elas são fortemente advertidas.

( ) SIM ( ) NÃO

10. Acontecem com frequência, situações onde os colaboradores são obrigados a trabalhar até mais tarde, mesmo que não seja necessário.

( ) SIM ( ) NÃO

Ao responder positivamente a maioria destas questões, a empresa pode estar passando dos limites com seus colaboradores. Se você faz parte da equipe de gestão, reavalie sua postura e de sua equipe. Se você não faz parte desta equipe e não está feliz com isso, pode ser o momento de buscar uma empresa melhor.

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