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Com a globalização intensificando cada vez mais as relações do mercado internacional, o surgimento de novas multinacionais e as crises instaladas em determinados países, mercados e segmentos, cresce a demanda por profissionais bem preparados para embarcar em carreiras internacionais.

Nas colunas dos dias 16 e 18 de junho comentei sobre os profissionais brasileiros que desejam trilhar um pedaço de suas carreiras no exterior e também como essa demanda crescente está colocando nossos executivos cada vez mais à frente de operações fora do país. Hoje, portanto, venho falar sobre a situação contrária: a grande quantidade de estrangeiros buscando oportunidades no Brasil.

Nada disso é novidade, obviamente, mas vamos aos dados: de acordo com o Ministério do Trabalho, em 2012 o número de estrangeiros que vieram trabalhar no Paraná cresceu mais de 60% em relação ao mesmo período de 2011. Com base nisso, podemos perceber alguns fatores que justificam a vinda de estrangeiros ao Brasil, como, por exemplo, a crise de emprego que já afeta países como a Espanha, Portugal e a Grécia. Isso faz com que os profissionais de outros países, muitas vezes mais qualificados que os daqui, aceitem uma expatriação ao Brasil por salários mais baixos. Muitos desses estrangeiros já têm essa ideia em mente e as empresas daqui acabam se tornando atrativas para esses profissionais, mesmo que não ofereçam um pacote agressivo de benefícios e salário – prática essencial para atrair esse tipo de mão de obra até então. Em suma: a conjuntura econômica dos países em crise, aliado ao cenário "positivo" do nosso, possibilita a contratação de mão de obra especializada, que eventualmente está em falta aqui, por preços mais atrativos.

Ao analisarmos outro aspecto, nos níveis executivos, podemos perceber a ânsia de alguns profissionais estrangeiros quanto à busca de novos desafios (e não só os estrangeiros, os nossos também são assim). Muitos deles, que procuram esse intercâmbio em países em desenvolvimento, cresceram tanto em seus países de origem (geralmente nas regiões em que as matrizes de multinacionais estão instaladas) que o seu leque de opções nos países de origem se tornou bastante restrito. Afinal de contas, muitas dessas empresas já possuíam os procedimentos mais sofisticados, o mercado já havia sido conquistado, os grandes resultados já haviam sido atingidos. Sendo assim, é como se o dever desses profissionais já tivesse sido cumprido nesses locais. E, desse modo, empresas em países em desenvolvimento se mostram alternativas interessantes para a continuidade da satisfação profissional, com novos desafios, culturas e dinâmica de mercado totalmente diferentes.

O que os brasileiros ganham com isso

Sob outra ótica, a vinda e a permanência desses profissionais pode ser visto de maneira positiva, como uma grande oportunidade de aprendizado para nó, já que grande parte dessas pessoas possui uma qualificação técnica diferenciada e uma visão mais ampla sobre o cenário internacional. Entre as vantagens de troca, destaca-se a chance de experimentar novas estratégias sob pontos de vista completamente diferentes do brasileiro – além de funcionar como uma experiência de intercâmbio cultural entre os envolvidos.

Houve uma curva acentuada do crescimento dessa prática ao longo dos últimos anos e, em um futuro próximo, essa prática deve continuar se intensificando. Isso, por consequência, potencializa a importância do conhecimento em outros idiomas, para que o aproveitamento seja maximizado por ambos os lados.

Com base nisso, podemos prever uma futura necessidade de as empresas desenvolverem um sistema de gestão de Recursos Humanos que trabalhe com esse multiculturalismo, e saiba, também, tirar desse novo cenário a oportunidade de incrementar o crescimento organizacional e o engajamento das equipes.

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