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Mário era diretor de operações de uma importante agência de webdesign. Com o crescimento exponencial dessa área de atuação, e por ter sido uma das primeiras empresas a surgir nessa área, sua representatividade no mercado era admirável. A empresa ocupava um prédio inteiro no centro da cidade, onde empregava cerca de 200 profissionais. E era Mário quem comandava todas aquelas pessoas. Dono de uma postura profissional exemplar, o jovem executivo tinha uma bela qualidade, de ser sempre muito próximo do maior número de colaboradores possível. Ao chegar ao escritório todos os dias, cumprimentava com um caloroso "bom dia" cada pessoa que cruzava seu caminho. E, quando possível, puxava algum assunto ameno para fazer com que, seja lá quem for que ele encontrasse, pudesse se sentir prestigiado e querido.

Mas, assim com outros executivos, Mário possuía alguns pupilos e Renata era um deles. A moça, que en­­trara na empresa como estagiária, agora ocupava o cargo de ge­­ren­­te de Recursos Humanos, o que lhe dava um poder relevante no que diz respeito à contratação e de­­mis­­são de pessoal. Mário confiava mui­­to em Renata a ponto de, em de­­terminado momento, ela nem mais consultar mais o chefe para es­­se tipo de movimentação. De­­ci­­dia, por conta própria, o futuro de ca­­da pessoa que trabalhava naquela empresa e fazia isso com eficiência digna da confiança da diretoria.

Porém, com o passar dos anos, Renata (que não era tão política quanto Mário) começou a adquirir alguns desafetos pela empresa. Primeiro foram uma ou duas pessoas que a moça repugnava por considerá-las fofoqueiras. Ela, porém, nada fez com as colaboradoras, apenas passou a evitá-las quando possível. Depois, foi um rapaz que a gerente flagrou numa festa altamente embriagado e, por isso, ela decidiu cortar relações com o moço. E, por fim, foi uma estagiária de quem ela simplesmente não gostava.

Enquanto isso não interferia em seu trabalho, porém, Mário continuava admirando a moça, mesmo tendo que ouvir, vez ou outra, suas reclamações a respeito dessas pessoas. Apenas a orientava dizendo que ela deveria tomar o cuidado para não deixar que tais implicâncias colocassem em risco o emprego dessas pessoas, afinal, elas eram competentes e davam resultados efetivos para a empresa.

Apesar das orientações do chefe, Renata chegou a um momento que não conseguia mais controlar suas ações. A primeira coisa que fez foi impedir a efetivação da estagiária, que se formara e não poderia mais continuar com o cargo que ocupava. Por ser um caso relativamente pequeno em comparação às preocupações diárias de Mário, ele acabou nem tomando conhecimento do assunto e, com isso, a moça se sentiu encorajada a tomar algumas decisões mais drásticas.

Alguns dias após a demissão da estagiária, Renata chamou o coordenador da área em que o rapaz que ela encontrou embriagado trabalhava. Com seu jeitinho persuasivo, foi levando a conversa de forma a convencê-lo a demitir o rapaz. Utilizou artimanhas realmente muito baixas, como necessidade de cortes naquela área por insuficiência financeira etc. Porém, por se tratar de um cargo mais relevante que o anterior, dessa vez Mário tomou conhecimento e chamou Renata para uma conversa.

Mário sabia que não havia nenhuma insuficiência financeira ao ponto de ser necessário aquele corte. Tentou entender os motivos da moça e chegou à conclusão que aquilo era pura implicância de Renata. Apesar da amizade que possuíam e de confiar tanto na moça, Mário ficou indignado. Disse que no mundo corporativo é necessário aprender a ser isento. O fato de o rapaz estar embriagado não era bacana, mas isso ocorreu fora da empresa.

Mário explicou que, apesar de gostar muito dela, precisava usar de sua isenção para repreendê-la. Pediu, então, que pensasse a respeito de tudo que havia feito. A partir disso, precisaria tomar o devido cuidado para não cometer o mesmo erro com as duas outras moças que Renata não gostava. Mário finalizou a conversa dizendo entender seus motivos, mas que jamais admitiria que ela demitisse mais alguém dentro daquela empresa, baseada em suas preferências pessoais.

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