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Todos sonham com o sucesso profissional. Veteranos e calouros na carreira gostam de pensar que um dia poderão assumir grandes cargos ou projetos em seus ofícios. Mas, e quando isso acontece de verdade, e justamente enquanto se é jovem? Seria irresponsabilidade deixar tarefas para alguém ainda sem experiência e, muitas vezes, sem maturidade suficiente?

A história de Reinaldo é uma dessas, difícil de acreditar, mas aconteceu, e eu estava lá junto dele.

Há um bom tempo, em uma das empresas em que trabalhei, entrou esse garoto de vinte e poucos anos. Ele trabalharia no setor de vendas e marketing da empresa. Ao conhecê-lo melhor, descobri que não tinha mais uma mãe, e que seu pai, um taxista, havia o criado sozinho.

O garoto era extremamente culto, adorava ler. Além disso, suas notas na escola sempre foram soberbas, ele excedia em quase todas as matérias, sobretudo na matemática. Inteligente e muito trabalhador (fazia de 10 a 12 horas de trabalho por dia), tinha um temperamento um pouco áspero. Não era vingativo, mas tentava sempre ser o mais justo possível. O resultado disso era um misto de admiração e temor por parte da equipe, que adorava ouvir seus conselhos e conversar com ele, nos momentos certos.

Logo ao entrar na empresa, queria aprender tudo sobre a função e o setor. "O que influencia a área de vendas?" "Os medidores atuais são eficazes?" "Será que não precisamos contratar mais pessoas?" Com o timing certo para tomar atitudes, e uma iniciativa impressionante, criava projetos e provava por A + B suas conclusões em reuniões, ou mesmo no dia a dia, para os colegas e superiores. Reinaldo não só trabalhava na própria função como ia aos outros departamentos entender os processos relacionados à área que ele atuava. Além disso, ao reconhecer que não sabia executar algo, tinha a humildade em perguntar aos outros como resolver aquilo.

Resumindo a história, aos 32 anos ele alcançou a gerência nacional de vendas da companhia. Comandava um time de 1700 vendedores e 2900 funcionários de 11 filiais diferentes. Antes dos 40, acabou virando um dos vice-presidentes da companhia, no exterior. Mas como ele, dentre outros poucos, conseguiu chegar até esse nível?

Entender todos os pormenores, capacidades e limitações de cada um é algo bastante complexo – mesmo porque não foram todos que nasceram para ser presidentes, gerentes ou diretores. Reinaldo foi uma dessas pessoas que tinha conhecimento de suas potencialidades e estava predeterminado a crescer e se tornar alguém de importância. Abdicou de momentos com os filhos e esposa por estar sempre debruçado a trazer resultados à empresa.

Obviamente, seu segundo casamento, com a própria empresa, parecia ser levado mais a sério que o com a própria esposa e, embora não tivesse revelado a ninguém, era evidente que o seu esforço diário no trabalho era para alcançar a presidência. Ele queria conquistar aquilo, e conseguiu.

Mas, será que todos os jovens conseguem traçar um caminho como o dele nas empresas? Até que ponto isso é seguro? Falarei mais sobre essa relação do jovem com os altos cargos nesta terça-feira. Até lá!

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