O colaborador em primeiro lugar

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Visitei recentemente uma empresa cliente e me surpreendi com a quantidade de ações voltadas aos próprios funcionários que eles fazem. Fui recebido pelo presidente do grupo para uma reunião que tínhamos agendado e, após terminarmos, comentei a respeito das ações que estavam visíveis nas paredes da empresa. Tomado pela vaidade, apresentou-me à gerente de marketing e lhe pediu que me apresentasse algumas dessas ações.

Liana era uma moça que se destacava do restante dos funcionários. Não por sua aparência física, mas sim por sua maneira de vestir e de se portar diante de nós. Possuía um jeitão despojado, peculiar da maioria dos profissionais que lidam com criação, campanhas publicitárias, planejamento de marketing etc. Talvez seja por causa disso que acabei me sentindo muito à vontade ao lado dela, e disposto a encarar a situação com grande curiosidade.

A moça começou me explicando que todo o trabalho de endomarketing que ela gerenciava era feito em conjunto com a área de Recursos Humanos. Segundo ela, aliás, a maioria dessas campanhas surgia de uma necessidade do RH. A área de marketing ficava responsável pela criação, execução e acompanhamento de cada campanha. Foi por isso, inclusive, que há pouco mais de seis meses, Liana havia contratado um analista responsável exclusivamente pelo endomarketing. Foi a maneira que ela encontrou para dar a real importância a essa área que, sem dúvida, demanda muito tempo e dedicação.

Fiquei impressionado, por exemplo, com a preocupação com a saúde dos funcionários que aquela empresa tem. Além de benefícios como auxílio farmácia, plano de saúde, dentre outros, eles faziam campanhas frequentes de conscientização da importância de vacinação, higienização pessoal, cuidados com alimentação, postura etc. Percebi que além daqueles cuidados básicos que vemos na maioria das empresas, como borrifadores anticépticos, por exemplo, eles disponibilizavam aos seus funcionários kits ergonômicos, apoio aos pés, adaptadores de cadeiras, dentre outros equipamentos que proporcionam maior conforto.

Liana me mostrou uma campanha ainda em fase de desenvolvimento que eles implementariam em alguns meses. A ação, que ainda não tinha um nome definido, visava orientar aos colaboradores sobre o melhor uso de seus salários e, principalmente, sobre a melhor forma de utilizar o 13ºsalário e o PPR (Programa de Participação de Resultados). A moça me contou que era muito frequente que no primeiro trimestre de cada ano as pessoas pedissem empréstimos para dar conta daqueles gastos comuns dessa época, como IPTU, IPVA, matrículas e materiais escolares dos filhos. Um estudo feito pelo financeiro em conjunto com o RH identificou que os funcionários destinavam esses ganhos extras à compras de bens de consumo ou viagens de férias, sem lembrar que no início do ano teriam uma infinidade de outros gastos para fazerem. A campanha daria a oportunidade de uma assessoria financeira, para a estruturação de um planejamento econômico, de acordo com as necessidades de cada um.

A gerente citou algumas das campanhas mais relevantes, umas mais comuns, outras nem tanto. Fiquei admirado, por exemplo, com os números de redução de custos com impressões e materiais de escritórios que eles conseguiram com a simples conscientização através de cartazes e propagandas que eles fizeram ao longo do último ano.

Mas confesso que o me deixou mais impressionado foi a importância que eles dão ao voluntariado. Eles criaram uma campanha de apoio à crianças carentes. Todas as sextas-feiras, um grupo de pessoas vai a uma escola da periferia para passar um dia letivo com cada um deles. Como a empresa é grande e o grupo de pessoas pequeno, cada colaborador vai apenas uma vez por semestre à escola. O que cada um ganha em contrapartida disso? Nada além da satisfação em ajudar pessoas que realmente precisam disso.

Quem dera se todas as empresas fossem conscientes como essa. Certamente saí de lá querendo viabilizar muitas coisas semelhantes na minha empresa. Sei que algumas não serão possíveis, mas se pudermos valorizar nossos funcionários e fazê-los entender que a empresa está juntos deles, será sempre melhor.