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DICAS

- Os herdeiros devem se acostumar à rotina da empresa o quanto mais cedo possível, para que quando a sucessão ocorrer, ele já conheça todos os trâmites da organização;

- Se possível, é bom que o herdeiro trabalhe (ou estagie mesmo) em outra organização, para que conheça outras culturas organizacionais. Isso lhe garantirá experiência;

- O executivo que passará o bastão, precisa estar seguro de si mesmo e com a certeza do que fará. Durante a sucessão, não podem haver brigas de poder;

Grande parte das empresas que compõem o cenário do nosso mercado é de empresas fa­­miliares e, infelizmente, muitas delas não se organizam adequadamente para a sucessão familiar. Uma coisa é certa, em algum momento da vida, o(s) em­­presário(s) responsável pela empresa precisará passar o bastão para alguém, já que a vida de uma empresa, muitas vezes, ultrapassa a vida de seu fundador. Existem empresas com centenas de anos e todas elas precisaram passar pelo processo de transferência de comando em algum momento.

Há diferentes formas de se fazer isso. Uma delas, talvez a mais comum, é transferir o comando para alguém da própria família. Quando essa é a opção escolhida, é importantíssimo que o herdeiro que assumirá o comando da empresa, conheça e entenda a cultura organizacional muitos anos antes de assumir, efetivamente, o comando da empresa. O ideal é que esse herdeiro cresça sabendo que um dia aquela organização será sua, para que, ao escolher a profissão, opte por algo que lhe agregará conhecimento suficiente para lhe respaldar adequadamente nessa sucessão.

Com idade suficiente para ingressar na empresa (na sua juventude, de preferência), é fundamental que ele comece a trabalhar na empresa, sem assumir grandes responsabilidades. O momento é oportuno para que esse herdeiro conheça a empresa como um todo, seus processos, seus números e como funciona cada área. Afinal de contas, um gestor precisa conhecer cada mínimo detalhe da empresa que assumirá em alguns anos. Após conhecer toda a empresa (isso pode levar anos), chega a hora de o herdeiro assumir algumas responsabilidades. Isso varia de empresa para empresa e também do seu modelo de gestão. Assumir responsabilidades pode, por exemplo, ser o comando de uma pequena área, ou mesmo a assessoria da presidência (seus antecessores).

Estar próximo à cúpula é fundamental, já que algum dia aquela empresa será comandada por ele. E é aí que entra outra questão importantíssima: o fundador/presidente precisa ter consciência da importância de deixar que o sucessor participe (mesmo que como ouvinte, no princípio) das decisões da empresa. Essa é uma situação delicada, já que envolve jogo de poder e ego. Para algumas famílias, isso é muito tranquilo, mas, para outras envolve algumas questões que merecem realmente um cuidado e uma atenção bem maior.

O ideal é que a sucessão seja feita enquanto o fundador/presidente ainda esteja em condições boas de saúde física e mental, e não no fim de sua vida, como alguns empresários fazem erroneamente. E, justamente por eles ainda estarem ativos, dificilmente conseguem encarar a aposentadoria como uma opção de vida. Preferem continuar presentes na empresa, fazendo parte do corpo diretivo e opinando de forma relevante nas tomadas de decisão. Isso não é ruim, desde que não interfira na qualidade do novo comando. Até porque, o sucessor precisa ter autonomia para assumir sua nova posição sem ser prejudicado ou desmerecido.

O processo de sucessão familiar envolve muito mais pessoas do que simplesmente o presidente e o herdeiro que sucederá a presidência da empresa. Envolve esposa/marido, filhos, netos e parentes agregados (noras e genros). Para isso, existem planos de Governança Corporativa que orientam tudo que envolve uma sucessão, desde assuntos burocráticos, até mesmo o apoio emocional que todos os familiares necessitam. Normalmente são esses profissionais que indicam, inclusive, a necessidade de uma possível administração profissionalizada (contratação de um executivo para tomar a frente da organização, caso o herdeiro não esteja apto para tal). Até porque, nem sempre as coisas acontecem de forma amigável. Pois, sabemos, quando o assunto é dinheiro e poder, algumas pessoas perdem, literalmente, a cabeça!

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TESTE

Sua empresa está preparada para a sucessão empresarial?

1. O atual presidente consegue tirar férias?

a) Tranquilamente. Em raríssimas situações alguém da empresa liga para pedir ajuda na resolução de um problema – o futuro está planejado e o futuro sucessor está treinando para o momento de transição.

b) Sim, mas acompanha diariamente o que acontece e recebe várias ligações durante o período.

c) Nunca. Se ele sai, a empresa para.

2. Qual é o nível de conhecimento sobre o negócio que os gestores da empresa possuem?

a) Todos eles têm um profundo conhecimento do negócio – de áreas, funções, processos e todo o quadro de funcionários.

b) Embora tenham bom conhecimento, nenhum deles tem a visão do negócio como um todo.

c) Só o presidente domina o negócio.

3. Como são tomadas as decisões na empresa?

a) A maioria das decisões é compartilhada – o futuro gestor já acompanha reuniões.

b) Às vezes consulta algumas pessoas de confiança.

c) O atual presidente decide tudo sozinho.

4. Quando você pensa em alguém para a substituição...

a) Já tem o sucessor definido e está tranquilo e feliz em saber que a substituição manterá a empresa nos trilhos do sucesso.

b) Dá um frio na barriga, pois a pessoa não está preparada o suficiente ainda.

c) Não existe ninguém apto a fazê-lo – nem familiares, sócios, pessoas de confiança.

5. O dono pensa em se aposentar?

a) Sim e já tem planos pra isso.

b) Ainda não pensa sobre o assunto, mas sabe que um dia terá que se aposentar.

c) Diz que não se aposentará nunca, trabalhará na empresa até morrer.

6. Como você imagina a sucessão?

a) Há um plano de sucessão estruturado e já foi colocado em prática.

b) Ultimamente tem pensado nisso, mas ainda não tem nada definido.

c) Nunca pensou no assunto, ainda é jovem!

Se as respostas "a" predominaram, parabéns pelo planejamento e preparo prévio. Caso algo inesperado aconteça, seus "reservas" darão conta do recado e manterão a empresa nos trilhos. Mas, se as respostas "b" e "c" foram maioria, é bom ficar atento e conversar duas coisas com o presidente: primeiro, ninguém é eterno; segundo, "vamos planejar a sucessão?".

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