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Talento em pauta

Você conhece um puxa-saco?

Quando identificamos uma falha comportamental em algum funcionário ou verificamos a existência de uma característica prejudicial ao bom andamento da empresa, tomamos decisões que implicam ou o desligamento de alguém, ou a readequação de comportamento. Entretanto, em alguns casos, nem mesmo treinamentos ou afastamentos resolvem o problema. Um caso típico de perfil que não se resolve com este tipo de atitude é o do puxa-saco.

Este tipo de profissional não se extingue, por mais que desejemos isto com todas as nossas forças. Porém, as empresas tendem a não suportar seu comportamento por muito tempo. O puxa-saco é aquele seu colega de trabalho que vive bajulando o chefe. Todas as suas atividades são norteadas pelas preferências de seu superior, jamais discordando de qualquer opinião expressada pela sua chefia. Em alguns casos, como o que contei na coluna do último domingo, esses profissionais deixam, até, de fazer suas atividades em prol de algum benefício para quem ele realmente quer agradar.

A minha preocupação, porém, é com outra parcela de profissionais que se preocupam muito em ser eficientes e mostrar serviço aos seus superiores, porém não são bajuladores como esses. Eles se dão bem com todos devido à empatia e não ao fato de forçarem amizades com seus chefes, como é o caso dos puxa-sacos. A diferença entre eles está nos objetivos. Os aduladores querem ser benquistos a qualquer custo pelo restante da empresa. Pretendem adquirir confiança através de benfeitorias e privilégios. Eles tentam mostrar a todo o momento que não precisam do resto da equipe para trabalhar e se acham autosuficientes. Seus principais objetivos são aumento salarial, promoção ou, simplesmente, ser o braço direito do chefe (mesmo que seja apenas para ser companheiro na hora do almoço e poder se gabar disso).

Já os profissionais sérios, que não ligam para este tipo de bajulo, preferem se dedicar ao trabalho, para que tudo saia bem feito. A recompensa que esperam é consequência de seu profissionalismo e não de outros artifícios. O fato de serem queridos pela organização vai mais pela sua simpatia, pelo seu bom trabalho e, principalmente, pelos resultados que eles oferecem à organização. Se são amigos ou não de seus chefes, isso independe de benefícios, mas sim pelo orgulho que seus superiores normalmente demonstram em tê-los na equipe. Seus objetivos principais são atender bem à empresa, entregar seus trabalhos bem feitos e antes do tempo estipulado. Promoção, aumento de salário e reconhecimentos em geral, são consequências do excelente trabalho que desempenham ou, pelo menos, tentam desempenhar.

Do outro lado há os chefes. Infelizmente, grande parcela deles se deixam levar pelas regalias de um bajulador. Receber cafezinho na mesa quando menos espera, ter todas as suas solicitações atendidas de prontidão e ter alguém que quebra-galhos constantemente "a troca de nada" é excelente. Em contrapartida, gratificam seus funcionários prodígios da forma que podem. Fico chateado com isso, porque como diz o ditado, "se um tatu estiver em cima de uma árvore, é porque alguém o colocou lá". É muito comum vermos profissionais completamente ineficientes ocupando cargos elevados porque, simplesmente, fizeram tudo que seus chefes queriam, o que não é sinônimo de um trabalho bem feito.

Ressalto para a importância de reconhecer talentos e saber separar o joio do trigo. Enquanto alguns profissionais ineficazes ocupam posições estratégicas por gratidão de seus chefes, outros talentos verdadeiros se cansam da injustiça e partem para outros desafios profissionais. Afinal de contas, o que é melhor: ter um talento satisfeito em sua equipe, ou recompensar um bajulador e deixar que ele tome o lugar desse talento? Para isso, é fundamental ser isento na hora de definir quem sobe ou não dentro da organização. Se o bajulador faz seu trabalho bem feito, ótimo! Porém, se ele continua ali para satisfazer cada vez mais as vontades do chefe, cuidado! Assim como ele te bajula hoje, ele pode adular outra pessoa amanhã e acabar tomando seu lugar.

Ser simpático e cordial com todos da equipe é algo que não podemos equiparar com puxa-saquismo. Uma coisa é ser de fácil convivência, outra é forçar para que isso aconteça. Para os chefes eu digo, não dê cordas para eles. Essa raça está longe de se extinguir, mas se puder evitá-los, que aconteça o quanto antes. Já para os puxa-sacos alerto, não pense que ninguém percebe seus interesses por trás de suas atitudes. Pode parecer que não, mas o que você faz evidencia muitos de seus objetivos escusos. E, por último, para os demais funcionários aconselho. Continue fazendo o seu trabalho da melhor forma possível. Uma hora alguém te recompensará, mesmo que seja em outra organização.

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Teste

Você é um puxa-saco? Seja sincero. Marque sim ou não às questões abaixo:

1. Acha que se seu superior gostar de você, você não terá problemas na empresa?( ) SIM ( ) NÃO

2. Costuma adaptar a sua forma de agir a fim de agradar ao seu superior?( ) SIM ( ) NÃO

3. Tem o hábito de concordar com a opinião de seu superior mesmo que não concorde com ela, ou até já omitiu sua opinião contrária para não desagradá-lo?( ) SIM ( ) NÃO

4. Já mudou de opinião após emitir um parece, ao descobrir que seu superior pensa diferente?( ) SIM ( ) NÃO

5. Faz tudo o que o seu superior manda sem questionar.( ) SIM ( ) NÃO

6. Para tudo que está fazendo, mesmo que seja prioridade para atender a uma necessidade do seu superior.( ) SIM ( ) NÃO

7. Preocupa-se em chegar à empresa antes de seu chefe e sair somente depois que ele tiver saído.( ) SIM ( ) NÃO

8. Pede a opinião do seu superior mesmo quando não é necessário somente para ganhar a confiança de seu superior.( ) SIM ( ) NÃO

9. Quando seu superior pede um voluntário para realizar um trabalho, você é o primeiro a se oferecer.( ) SIM ( ) NÃO

10. Se o seu superior deixar de falar com você durante um dia inteiro, você fica preocupado, achando que fez algo errado ou que alguém falou mal de você pra ele.( ) SIM ( ) NÃO

Se você já se percebeu com atitudes semelhantes a muitas dessas, sim, você é, provavelmente, um puxa-saco. Sai dessa logo! Você não terá ganhos de longo prazo além de correr o risco de ser malvisto pelos colegas de trabalho.

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