Balanço
Vivo muda estratégia e base de clientes pós-pagos cresce 20,4%
A Telefônica/Vivo encerrou o segundo trimestre com crescimento de 20,4% em sua base de clientes pós-pagos, que somam agora 20,6 milhões de usuários. O número de consumidores dos planos pré-pagos da companhia caiu 5,2% no período.
Segundo Paulo César Teixeira, diretor-geral da Telefônica/Vivo, a queda reflete o novo critério para desconexão das linhas pré-pagas adotado pela empresa.
Nos últimos meses, a operadora adotou uma política comercial mais restritiva para o segmento, fazendo o desligamento das linhas após 30 dias sem tráfego. Antes, o prazo definido pela empresa era de 60 dias. Outras empresas adotam o prazo de 90 dias.
A companhia anunciou ontem seus resultados financeiros do último trimestre, quando obteve lucro de R$ 914 milhões, 16% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado.
Além da mudança no critério para desligamento dos clientes pré-pagos, a Telefônica/Vivo diz que tem apostado no crescimento da cobertura de sua rede 3G para atrair mais clientes para seus planos de dados, seja pré ou pós-pagos.
O setor de telecomunicações investiu R$ 5 bilhões no Brasil ao longo do primeiro trimestre deste ano. O valor é recorde e supera a marca mais alta atingida no ano passado, quando foram investidos R$ 4,8 bilhões no mesmo período. Os dados são do Sinditelebrasil, sindicato que representa as empresas de telecom.
De acordo com o diretor da entidade, Eduardo Levy, esse crescimento está relacionado, principalmente, com a implementação das redes de internet 3G e 4G. Os projetos em andamento atendem às exigências da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para desenvolvimento dessas tecnologias, previstas em leilão feito no ano passado, e à demanda crescente dos usuários.
"As empresas vão continuar investindo, porque há um aumento significativo não apenas em número de usuários, mas do próprio tráfego. Esse uso maior das redes independe do cenário macroeconômico", disse.
O estudo divulgado hoje mostra que a receita bruta dessas empresas também cresceu no primeiro trimestre, 5,2% foram R$ 52,4 bilhões de janeiro a março de 2012 e R$ 55,1 bilhões em 2013.
Sigilo
Questionado sobre a segurança das redes, o Sinditelebrasil informou que as empresas de telecomunicações não armazenam gravações de usuários em seus sistemas. De acordo com a associação, as únicas informações arquivadas pelas empresas são as das faturas, remetidas mensalmente aos usuários. Esses dados ficam arquivados por prazo máximo de cinco anos e só podem ser acessados caso haja demanda judicial.
Da mesma forma, o Sinditelebrasil destacou que as empresas não participam de grampos, ainda que sejam determinados pela Justiça. Nesses casos, a ligação é interceptada fora da estrutura física dessas companhias.
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