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O grupo alimentação, que teve a maior alta para janeiro em dez anos, correspondeu, sozinho, a 56% da variação do IPCA do mês (0,86%) e teve uma alta generalizada, segundo o IBGE.

A variação de janeiro, de 1,99%, foi puxada pelo clima desfavorável, alta das commodities e consumo aquecido, diz o instituto.

"Os alimentos subiram muito e de modo generalizado. A grande maioria dos produtos teve alta", disse Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.

Para a economista, o consumo aquecido "propicia repasses de custos" e reajustes de preços. Um exemplo claro, diz, foi o aumento da refeição fora de casa --alta de 0,73% em janeiro.

Segundo Nunes dos Santos, itens como pão francês (1,30%), biscoito (1,51%) e bolo (1,36%) subiram na esteira do aumento do trigo no mercado internacional diante de uma oferta reduzida com seca em dois grandes produtores: EUA e Argentina. Já o frango aumentou 4,75% em razão das rações que usam milho e soja.

A coordenadora ressaltou que, apesar da alta da inflação, três grupos tiveram queda e impediram uma pressão maior sobre a inflação: habitação (-0,20% em razão já da queda da tarifa de energia), vestuário (-0,53%, com liquidações da coleção de verão) e comunicação (-0,08%).

As contas de energia, que caíram 3,91% em janeiro, devem assegurar um alívio ao IPCA de fevereiro. É que o corte de 18% anunciado pelo governo na virada do ano deve ter impacto maior na taxa de fevereiro.

De acordo com Nunes dos Santos, apenas um quarto da redução foi absorvido em janeiro. Por outro lado, há alta das mensalidades escolares em fevereiro, cujo impacto, diz, ainda é desconhecido.

Ônibus

O adiamento do aumentos de Rio de Janeiro e São Paulo, diz, "contribuíram muito também" para segurar a taxa de janeiro. "São as duas regiões com maior peso." Somente Belo Horizonte e Fortaleza aumentaram as passagens em janeiro.

Fonte de preocupação do governo, a inflação está em aceleração desde julho do ano passado e não dá sinais de arrefecimento no curto prazo. Naquele mês, atingiu o "vale" de 4,92% em 12 meses e só acelera desde então diante de um choque dos preços dos alimentos, ocasionado pelo clima adverso em dezembro e janeiro e alta dos preços de trigo, milho e soja no mercado internacional.

O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 6,15%, aproximando-se do teto da meta do governo --de 6,5%.

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