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O governo federal admitiu a possibilidade de renegociar o prazo de pagamento das dívidas dos agricultores brasileiros, depois que produtores rurais e caminhoneiros fecharam rodovias, ruas e avenidas em dez estados do país, ontem. No Paraná, estado que iniciou os protestos na semana passada, houve bloqueios em 107 pontos de estradas. Trens não circularam na região norte e duas praças de pedágio foram liberadas por manifestantes. Prefeituras de 70% dos 399 municípios paranaenses fecharam as portas. Agências bancárias, cooperativas e o comércio deixaram de funcionar em mais de 200 cidades. As manifestações reuniram cerca de 100 mil produtores, segundo a Federação da Agricultura do Paraná (Faep) e continuavam em algumas regiões até a noite.

Enquanto os agricultores tentavam chamar a atenção do governo para suas dificuldades, em Brasília reuniram-se a portas fechadas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e o da Fazenda, Guido Mantega, com 9 governadores e outros 3 representantes de estados, além de lideranças do agronegócio. Os pedidos de ajuda ao setor agrícola levados ao governo federal chegam a R$ 17 bilhões. Após o encontro, o ministro da Agricultura admitiu que as medidas emergenciais anunciadas pelo governo federal são "insuficientes" para conter a crise do setor. "Várias medidas foram tomadas... (mas elas foram) insuficientes. Outras estão sendo avaliadas", afirmou Rodrigues.

De acordo com o vice-governador do Paraná, Orlando Pessuti, o ministro da Agricultura admitiu a possibilidade de renegociação das dívidas dos agricultores. "Eu acredito que a renegociação vai acontecer, em termos satisfatórios", declarou. Ainda assim, nada de concreto foi anunciado.

"O governo federal não dá notícias. Eles sempre deixam para resolver depois", diz o assessor econômico da Faep Carlos Albuquerque. Rodrigues confirmou que, no próximo dia 25 serão anunciadas medidas estruturais e também o Plano Agrícola e Pecuário 2006/07, que devem conter respostas aos anseios dos agricultores. "Vamos dar um voto de confiança ao governo e aguardar até o dia 25", disse o vice-governador.

Apesar das novas promessas, o governo federal deixou claro que não vai atender a um dos principais pedidos dos produtores – atuar para baixar a cotação do dólar. O câmbio continuará sendo flutuante, segundo recado dado pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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