• Carregando...

As vendas financiadas poderão ganhar um estímulo adicional com o corte de 1,5 ponto porcentual da Selic, determinado na quarta-feira pelo Banco Central. Os juros básicos mais baixos devem reduzir os custos de captação das principais redes de varejo, com alto giro de capital. O que, na teoria, possibilitaria que elas financiassem os consumidores a taxas mais atraentes. Para analistas, o alívio nos juros reduzirá ainda as despesas financeiras das companhias a partir do primeiro trimestre de 2009. Com isso, os próximos resultados financeiros das empresas do setor devem apresentar dados mais positivos.

Empresas com um mix de produtos de maior valor agregado, baseados na venda a crédito, estão entre as mais favorecidos pelo afrouxamento monetário, como por exemplo, a Lojas Americanas e a B2W, companhias listadas na Bovespa. Desde o início de março, a B2W, que apresenta cerca de 50% de seu faturamento a partir da venda de bens duráveis, já registrou uma valorização superior a 9% em sua ações, diante da expectativa de redução da Selic. A companhia reúne sites como Americanas.com e Submarino.

"Além de captar recursos mais baratos, reduzindo suas despesas financeiras, a B2W terá maior flexibilidade para reduzir os juros cobrados na ponta aos consumidores de suas vendas financiadas, que respondem pela maioria dos pedidos", aposta um analista da Socopa Corretora, que preferiu não ser identificado.

Retomada

Na avaliação do analista, os papéis das empresas de varejo estão "muito descontados" e o corte dos juros poderá incentivar uma retomada da valorização das ações, na esteira da perspectiva do aumento das vendas por meio do crediário nos próximos meses. Redes de vestuário, como Renner, Marisa e Riachuelo, que financiam os clientes oferecendo condições de pagamento parcelado sem juros, apresentarão, principalmente a partir do segundo trimestre de 2009, uma sensível redução nas despesas financeiras.

Inadimplência

Em suas respectivas teleconferências, os executivos tanto da Lojas Renner quanto da Marisa destacaram que, ao longo dos primeiros 45 dias do ano, não foi observado aumento representativo na inadimplência – o que abre espaço para recuos nas taxas de juros cobradas dos consumidores. No caso da Renner, a companhia já informou que reduziu em fevereiro de 6,99% para 6,5% seus juros mensais nas compras parceladas. Em função dos efeitos da crise, a companhia elevou suas taxas de 5,99% a 6,99% em outubro.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]