• Carregando...

Ações de marketing para chamar a atenção do consumidor já não são suficientes. Com endividamento das famílias e inflação em alta, o comércio varejista está precisando se reinventar para trazer o cliente de volta à loja. Lojistas estão antecipando liquidações, e alguns estudam baixar a taxa de juros de financiamentos, com o objetivo de fazer a parcela voltar a caber no bolso do consumidor.

Os meses de maio e junho foram especialmente ruins. A Associação Comercial do Paraná (ACP) previa crescimento de 6% sobre o ano anterior no Dia das Mães, mas foi frustrada com uma queda de 1% nas vendas. No caso do Dia dos Namorados, a expectativa de alta era de alta de 3%, mas só 2% foram concretizados na comparação com 2012.

Os resultados nada animadores coincidem com a alta da inflação, que ultrapassa o teto da meta do governo – o acumulado de 12 meses ficou em 6,7% em junho, segundo o IPCA – e o endividamento das famílias: o índice melhorou em junho, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), mas o endividamento ainda atinge 63% das famílias.

Dois fatores ajudaram a empurrar para baixo os indicadores do varejo local: o inverno tardio e as chuvas prolongadas no mês de junho. O resultado dessa conta é a antecipação das liquidações de produtos de inverno, mesmo que a estação tenha começado há menos de um mês.

"A proximidade do inverno, que em geral começa a estimular as vendas no fim de abril e início de maio, não ajudou neste ano, porque o frio só começou na segunda quinzena de junho. A inflação em alta, em especial a dos alimentos, corrói o poder de compra do consumidor, que está gastando mais para comprar o básico", analisa o vice-presidente da ACP, Antônio Miguel Spollador.

As liquidações são a principal estratégia do comércio, mas alguns varejistas já estudam medidas mais agressivas. A Romera, uma das maiores redes do país, estuda diminuir as taxas de juros dos financiamentos nos próximos 90 dias, período mais preocupante para a rede, segundo o diretor executivo, Julio Lara.

"A fatia do orçamento das famílias destinada ao consumo está mais canalizada para alimentação. Para trazer o cliente à loja, vamos fazer a parcela voltar a caber no bolso, com financiamentos mais curtos e taxa menores", diz o executivo.

Para Luiz Henrique Silvei­ra Linhares, gerente comercial da Omar Calçados, é difícil para o varejo compensar meses bons com ruins. Vendas baixas no inverno, estação de tickets médios maiores, não necessariamente se equilibram com boas vendas no verão, em que o gasto médio por compra é menor.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]