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Yuri compromete 20% da renda com as parcelas do consórcio da casa | Hugo Harada / Gazeta do Povo
Yuri compromete 20% da renda com as parcelas do consórcio da casa| Foto: Hugo Harada / Gazeta do Povo

Vale a pena?

Valorização forte tira dinheiro do consorciado, diz consultor

Tatiana Reichmann, superintendente da Ademilar, ressalta que a principal vantagem de um consórcio de imóveis é a ausência de juros. "Um imóvel adquirido por meio de consórcio pode sair até três vezes mais barato que o financiamento", diz.

No entanto, para o economista Fábio Thadeu Araújo, sócio consultor da Brain Bureau de Inteligência Corporativa, o sistema de consórcio não é um investimento. Araújo explica que as correções anuais servem somente para atualizar o valor da carta de crédito que está sendo paga, e que em períodos de grande valorização imobiliária, quando o mercado está acima do índice básico de reajuste, os consorciados de imóveis perdem dinheiro.

Fundos

"Para quem deseja fazer o dinheiro render, o ideal seria aplicar o valor usado no consórcio em fundos de investimento, mas é preciso disciplina para não gastar antes de investir", aconselha. (CJ)

  • Veja as vantagens e desvantagens do consórcio

Eles querem aproveitar a vida e os benefícios da juventude sem deixar de lado o futuro e a tão sonhada estabilidade financeira. Esse é o motivo que tem levado cada vez mais jovens a optar por consórcios. Sem pressa, eles são atraídos pelo juro zero e por parcelas flexíveis que cabem no orçamento.

Dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (Abac) apontam um crescimento de 120% no número de pessoas entre os 20 e 30 anos que adquiriram cotas de consórcio entre 2006 e 2010. Ainda de acordo com a Abac, os jovens já representam 22% do total de consorciados do país. "Esse número deve aumentar, consolidando um novo perfil de consumidor jovem, mais consciente da importância de poupar e investir", acredita José Roberto Luppi, presidente regional da ABAC Paraná.

Perfil

A mudança no perfil dos consumidores surpreendeu as administradoras de consórcio, que tinham como público-alvo pessoas acima dos 35 anos. Na Racon, uma das maiores empresas do segmento no país, o aumento dos jovens na cartela de clientes começou a ser percebido há cerca de quatro anos. "Uma pesquisa interna confirmou a crescente procura de jovens e mulheres por cotas de consórcio, sobretudo de imóveis", afirma Gilberto Marenda Pereira, gerente da Racon Curitiba, onde as pessoas de 21 a 30 anos já são 20% dos clientes.

Na maioria dos casos, são jovens que almejam a independência financeira, mas estão adiando a saída da casa dos pais. Livres das despesas familiares, eles aproveitam para investir e planejar o futuro. Representantes das administradoras são unânimes em afirmar que a influência dos pais é decisiva para que os jovens se tornem consorciados. "Geralmente eles procuram o consórcio motivados pelas experiências positivas vindas de casa, onde a cultura da poupança planejada está sendo passada de pai para filho", diz Mário Munhoz, gerente do Consórcio Servopa.

Encarregado de compras de uma construtora em Curitiba, Yuri Gomes de Castro, 21 anos, optou por investir em um consórcio depois de ver a mãe ser contemplada em grupos de carros e imóveis. Aos 18 anos ele começou a pagar o consórcio do carro e, em setembro, passou a investir em uma carta de crédito de R$ 100 mil, para a compra de um imóvel. Com uma renda média mensal de R$ 3 mil, Castro vai pagar uma parcela de cerca de R$ 585, durante 150 meses. Se tiver sorte, pode ser contemplado em breve. "A preocupação com o futuro aumentou depois do nascimento da minha filha. Se for sorteado logo, pretendo fazer outro consórcio, mas o segredo é não ter pressa", diz Castro, que mora com os pais.

Cotas pequenas são as líderes de vendas

As cotas mais procuradas pelos consumidores ainda são as de menor valor. Na Rancon Curitiba, a demanda por cartas de crédito de imóveis chega a 70% entre o público jovem, com um valor médio investido de R$ 90 mil. A participação do público feminino também é crescente na administradora. Gilberto Marenda Pereira, gerente da unidade de Curitiba, diz que as mulheres já são titulares de 60% dos contratos e influenciam decisivamente o fechamento de 80% das cotas de imóveis. "As mulheres são naturalmente mais preocupadas com a formação de patrimônio, futuro e estabilidade financeira", afirma Pereira.

Populares

No Consórcio Servopa, a maior procura é por automóveis populares novos, cujas cartas de crédito variam de R$ 25 mil a R$ 42 mil, explica o gerente Mário Munhoz. Já na Ademilar, administradora direcionada para o ramo de imóveis, a oferta é de cotas que vão de R$ 42 mil até R$ 600 mil. Cartas de crédito de aproximadamente R$ 150 mil, utilizadas para adquirir apartamentos de um quarto, são as mais procuradas por pessoas de 25 a 30 anos, faixa etária que representa metade dos consorciados da administradora, segundo a superintendente Tatiana Reichmann.

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