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Mercados - Negócios com ações da JBS disparam

São Paulo – O volume de negócios com ações da JBS, que estreou na Bovespa há dois meses, disparou ontem após o anúncio da compra da Swift. A ação ordinária subiu 1,09% neste pregão, com 2.053 negócios. Na sexta-feira, como comparação, o mesmo ativo havia valorizado 3,68%, com 627 negócios.

Próximo ao encerramento dos negócios, a agência de classificação de risco Moody’s decidiu colocar a nota atribuída à JBS em revisão para possível rebaixamento após o anúncio de aquisição da norte-americana Swift.

A Bovespa fechou o dia em queda de 0,78%, aos 51.173 pontos. O dólar comercial encerrou os negócios cotado a R$ 1,951 (valor de venda), em alta de 0,36%.

Aquisição recente - Unidade de Maringá deve retomar abate até agosto

O Grupo JBS (ex-Friboi) comprou a unidade maringaense do Frigorífico Garantia, na divisa entre Maringá e Paiçandu, no Noroeste do Paraná, no início deste mês e trabalha para retomar dentro de dois meses a capacidade total de abate, que era de 1,5 mil cabeças diárias. A negociação com o JBS envolveu cerca de R$ 80 milhões.

O frigorífico está desativado desde 1.° de março, quando 610 animais foram abatidos. A crise enfrentada pelo Garantia foi intensificada pela suspeita de febre aftosa na região maringaense em outubro de 2005.

Andye Iore

São Paulo – O grupo JBS-Friboi, maior produtor e exportador de carne bovina da América Latina, anunciou a compra da americana Swift por US$ 1,4 bilhão. A aquisição cria a maior empresa do mundo de alimentos de origem bovina, diz a empresa.

A Swift é a terceira maior processadora de carne bovina e suína do mundo, com receitas líquidas de US$ 9,6 bilhões em 2006. As duas empresas, que terão 40 unidades industriais espalhadas por Argentina, EUA, Brasil e Austrália, passam a ter capacidade diária de abate de 47,1 mil animais, superando os 32,6 mil da Tyson, também dos EUA. Em 2006, as duas empresas abateram 9,6 milhões de animais e tiveram receitas líquidas de US$ 11,5 bilhões.

A compra da Swift foi realizada pela J&F Participações, que tem 77% da Friboi. O negócio prevê o pagamento de US$ 400 milhões em dinheiro – US$ 225 milhões pelas ações da Swift da HM Capital, controladora da companhia, e US$ 175 milhões para quitar uma dívida antiga. O fechamento da operação está previsto para julho.

A compra da Swift nos EUA – a Friboi já detinha a marca no Brasil e na Argentina – elevará sua atuação no mercado de industrializados. O Brasil atualmente não pode exportar carne fresca para os EUA, por questões sanitárias, e embarca apenas o produto processado

A Friboi quer melhorar os níveis de lucratividade da Swift para depois integrá-la à operação global do grupo. A redução de custos fixos "será uma grande obsessão", disse o presidente-executivo da empresa, Joesley Mendonça Batista.

A compra dá acesso a uma área até então inédita para a empresa, a carne suína. Batista frisou, contudo, que esta parte da operação não está incluída entre os objetivos principais com a compra. Mas avaliação nos EUA indica que esse é o setor que vai bem na empresa.

Essa não é a primeira compra externa da Friboi, que já tem cinco unidades na Argentina. O objetivo é diversificar a origem da produção para evitar barreiras sanitárias. Para se capitalizar, a Friboi realizou uma operação de oferta inicial de ações na Bovespa em março, levantando cerca de R$ 1,6 bilhão. Equipes de gestores da Friboi já foram enviadas aos EUA e à Austrália para iniciar o processo de transição.

O grupo JBS-Friboi vê nos canais de distribuição da Swift na Ásia e nos EUA mais opções para a sua produção no Mercosul e maiores oportunidades de ampliar a atuação nos mercados mais lucrativos. A estratégia do grupo de fortalecer a presença no Mercosul, no entanto, está mantida.

Sobre os planos futuros, Batista destacou a aquisição recente do Frigorífico Garantia, em Maringá, no Noroeste do Paraná (leia mais ao lado). Ele destacou ainda três novas oportunidades a serem avaliadas na Argentina, mas não forneceu detalhes sobre as operações.

Para o consultor da área de carne bovina Alcides Torres, vários fatores tornam a aquisição interessante para a Friboi. A empresa entra no mercado americano de carne fresca, o mais rentável, e, além disso, existe a perspectiva de abertura dos mercados asiáticos para as exportações dos EUA, hoje fechados por barreiras sanitárias. "O cenário é muito bom", disse.

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