A recuperação das ações brasileiras ajudou o dólar a fechar estável nesta sexta-feira, após uma sessão de intensa volatilidade e forte volume.
A moeda norte-americana fechou a 1,861 real.
Mais cedo, o dólar chegou a atingir 1,900 real, maior cotação desde 2 de setembro de 2009.
Esta sessão encerra uma sequência de seis dias de alta. Na semana, o dólar teve valorização de 7,08%. No mês, a alta acumulada é de 6,77%.
Enquanto o mercado de câmbio encerrava as operações, o principal índice da bolsa brasileira subia 2,8% e recuperava parte das perdas recentes com as incertezas sobre a Europa. O baixo preço das ações era o principal motivo para as compras, afirmaram operadores.
"A bolsa deu uma disparada boa, atraindo capital", disse Mario Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora.
De acordo com dados da clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa, o volume do mercado à vista de câmbio era de quase 4 bilhões de dólares a alguns minutos do fechamento -- perto do registrado na véspera, mas bem acima da média parcial de maio, de 2,5 bilhões de dólares.
Outros segmentos também relataram fluxo positivo de dólares. No mercado de DI, operadores atribuíram a inclinação mais suave da curva de juros futuros à entrada de recursos no país. Os exportadores também aumentaram a oferta de dólares, segundo profissionais do mercado de câmbio.
O que proporcionou a recuperação do mercado foi a ligeira melhora no apetite pelo risco. No radar dos investidores estava a reunião de autoridades europeias em Bruxelas em busca de medidas para evitar futuras crises semelhantes à da Grécia.
No mercado internacional de câmbio, rumores de uma possível intervenção cambial empurravam o euro para uma alta de quase 1%, acima de 1,25 dólar, com a redução das posições vendidas na moeda comum.
Para a próxima semana, o mercado de câmbio seguirá quase totalmente ligado à questão europeia, avaliam analistas.
"Ainda tem muitos pontos perigosos que podem estourar... De outro lado, a manhã foi muito movimentada e mesmo assim o mercado reagiu relativamente bem, sugerindo que as quedas (das bolsas) tenham sido exageradas durante a semana", disse João Pedro Ribeiro, economista da consultoria Tendências.
"A incerteza continua muito grande."
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