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Rio de Janeiro - Com a confirmação da saída de Roger Agnelli da presidência da Vale, após pressão do governo, o processo de sucessão envolve a elaboração de uma lista tríplice com nomes para dirigir a Vale a ser apresentada aos controladores. No entanto, trata-se de mera formalidade. A contratação de uma empresa de seleção e a apresentação da lista tríplice são exigências que constam do acordo de acionistas.

A Vale havia divulgado, na noite de quinta-feira, comunicado a investidores afirmando que contratou uma empresa internacional de seleção de executivos para elaborar uma lista com três nomes, a partir dos quais será escolhido o substituto de Agnelli. Foi a primeira vez que a Vale se manifestou oficialmente sobre sua troca de comando."A Vale informa que recebeu correspondência de seu acionista controlador, Valepar, comunicando a realização de Reunião Prévia de Acionistas e Reunião do Conselho de Administração da Valepar nos dias 4 e 7 de abril de 2011, com a seguinte pauta: homologar a contratação de empresa internacional de seleção de executivos e manifestar-se sobre a indicação do diretor-presidente da Vale", diz a nota divulgada após reunião de seu Conselho de Administração. Segundo fontes, já teriam sido entrevistados dois indicados: Tito Botelho Martins, diretor executivo de Operações de Metais Básicos; e José Carlos Martins, diretor executivo de Marketing, Vendas e Estratégia.

O substituto de Roger Agnelli só vai assumir o cargo após 21 de maio, quando termina seu mandato. O nome do presidente é escolhido praticamente por consenso entre os controladores, já que há a exigência de 75% dos votos na Valepar (controladora da Vale – veja quadro nesta página) para aprovar a indicação do nome que dirigirá a companhia. Indicado pelo Bradesco em 2001, Agnelli foi aprovado em composição com os demais acionistas, apesar da exigência da lista tríplice.

Na próxima quinta-feira, o conselho de administração da Valepar, holding que controla a Vale, irá indicar o nome do novo presidente, que deverá passar ainda pelo crivo do conselho de administração da Vale, que terá sua composição alterada em assembleia de acionistas marcada para o dia 19. Trata-se de outra formalidade. Dos 11 titulares, quatro serão trocados – dois ligados à Previ, maior acionista da mineradora. A Previ tem quatro assentos no conselho; Bradesco e Mitsui, dois cada um; e BNDES, minoritários e trabalhadores, um cada um.

"Carga política"

Um dos futuros conselheiros, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, reclamou ontem que sua indicação para o conselho de administração da Vale está sendo tratada com uma conotação política acima do normal. "Tem muita carga política nesse assunto, mais do que deveria ter", desabafou.

Argumentando que sua indicação para o conselho que decide toda a estratégia de investimentos da Vale não tem "necessariamente" uma correlação com o fato de estar no atual governo, Barbosa declarou que assume o cargo por sua ligação com o Banco do Brasil. "Estou representando os interesses da Previ [fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil] na Vale. Só isso", afirmou. O secretário lembra que foi indicado pela Previ por ser presidente do conselho de administração do BB, patrocinadora do fundo de pensão. A Previ e o Bradesco são os dois maiores acionistas da mineradora brasileira.

Com quatro vagas no conselho de administração da Vale, a Previ, além de Barbosa, pretende indicar ainda Robson Rocha, atual presidente do conselho deliberativo da fundação. As outras duas cadeiras permanecerão com Ricardo Flores, presidente da Previ, e José Ricardo Sasseron, diretor de seguridade do fundo.

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